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O Ecossistema Android e além, de acordo com Tim Bray

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Em março deste ano, Tim Bray juntou-se ao Google como Developer Advocate, com a missão de defender dentro da empresa os interesses da comunidade de desenvolvedores. Mais recentemente, apresentou suas opiniões sobre o ecossistema Android para o Grupo de Desenvolvedores Android de Seattle, nos EUA. (Uma apresentação semelhante, feita pelo próprio Tim há seis meses no Google Developer Days, pode ser vista aqui.) 

Bray enfatizou que o Android é um dos investimentos mais importantes do Google. Uma das principais razões que citou para isso é a quantidade de usuários: a plataforma móvel (em geral) é a maior plataforma tecnológica do mundo. Com 4 bilhões de usuários, quatro vezes a quantidade de usuários de PCs – e com presença fortíssima em países emergentes. Também lembrou que o crescimento dos smartphones é algo sem precedentes: a AOL e a Netscape atingiram cerca de 50 milhões de usuários nos seus primeiros 5 anos, enquanto o iOS chegou a 200 milhões em menos tempo, e o Android está crescendo com taxa ainda mais acelerada que o iOS.

A primeira parte da sua apresentação foi focada em modelos de negócios para desenvolvedores, para tecnologias móveis. Explicou que, apesar de os números parecerem grandes, a maioria dos desenvolvedores ainda não está ganhando dinheiro em lojas de aplicações móveis (ex.: a App Store da Apple e o Android Market). Bray vê atualizações pagas de aplicações como uma forma melhor de obtenção de receitas, se comparada com vendas iniciais. Apesar disso, a maioria das lojas de aplicações não suporta atualizações pagas.

Anúncios embutidos em aplicações (in-app) deverão ser outro elemento fundamental em qualquer modelo de negócios. O Google reforçou sua integração com admob, incluindo o suporte a instalação e adesão a campanhas do admob com um único clique, através do console do desenvolvedor.

Na opinião de Tim, anúncios embutidos tendem a se tornar a mais importante fonte de receitas para os desenvolvedores, pois permitem obter ganhos de clientes atuais, em vez de depender somente da conquista de novos clientes.

Outro modelo de negócios que é frequentemente esquecido é a receita gerada no lado servidor. Bray citou as empresas TripIt e 37signals, que conseguiram ter sucesso, adicionando um componente móvel lucrativo às suas assinaturas de aplicações web.

Tim enfatizou, ainda, que o Direct Carrier Billing, ou Cobrança Direta pela Operadora, foi um dos principais fatores de crescimento das receitas de aplicações móveis, tipicamente dobrando as vendas de aplicações (ou in-app) depois de habilitadas em cada operadora. O Google está estabelecendo parcerias com as principais operadoras de telefonia para fazer a integração com seus sistemas de cobrança. Neste caso, as compras continuam sendo realizadas pelo Android Market, mas a cobrança é feita na conta de telefone do cliente.

Tim também sugeriu que dispositivos móveis serão um agente econômico importante para as nações em desenvolvimento. Desse modo, segundo ele, escrever uma aplicação para os 20% mais ricos da população pode não ser a maneira mais fácil se se erguer um negócio em mobile. (Até o momento, 4,5 bilhões de aplicações foram instaladas a partir do Android Market, sendo EUA, Japão e Coreia os maiores mercados.)

A segunda parte da sua apresentação foi focada nas novas funcionalidades do Android que foram ou estão sendo liberadas. Iniciou reiterando sua posição de que o Android é “aberto” apesar das recentes controvérsias. Ressaltou também que o Google anunciou recentemente o suporte a múltiplos APKs no Android Market, para suportar diferentes resoluções de vídeo ou segmentos de mercado, como dispositivos especializados. (APKs, ou Android Packages, são os arquivos instaladores de aplicações do Android.) 

Tim também justificou o fork do Honeycomb, indicando que “um tablet não é um telefone: passa mais tempo no modo paisagem, tem duração maior de bateria e muito mais pixels". Chamou ainda atenção para alguns acréscimos recentes ao Android: o Action Bar, o System Bar, aplicações recentes e notificações de sistema, que a Apple também está aperfeiçoando no iOS 5.

Para ele, “Fragmentos” são a mais importante das novidades para desenvolvedores construírem aplicações de interesse. Fragmentos representam um comportamento ou parte da interface com o usuário de uma atividade, e podem ser reutilizados em múltiplas atividades. Vivem dentro de atividades, mas têm seu próprio ciclo de vida e podem ser removidos ou adicionados conforme a necessidade – o que pode criar algumas dificuldades para os desenvolvedores.  Fragmentos são tão convenientes que foram disponibilizados para o Android 1.6 em diante. (A Google também publicou uma importante atualização para o UI Builder do Android, que permite renderizar a interface com o usuário de forma bem melhor que em versões anteriores.)

Bray também falou sobre suporte melhorado para USB e a API de Host, além de citar o novo suporte do Google a “aplicações grandes” (ocupando até 4Gb). Com esta última novidade, o código e os componentes maiores serão publicados em arquivos separados, com pacotes de aplicação de até 50Mb e dois arquivos adicionais de até 2Gb cada. O Android Market fornecerá  hospedagem para instaladores e atualizações dessas aplicações maiores.

Tim falou sobre o debate contrapondo aplicações web e nativas. Destacou que somente aplicações nativas podem tirar vantagem de todas as capacidades do telefone, e que a maioria das empresas atualmente realizando o desenvolvimento para dispositivos móveis são multiplataforma. Disse que a maior oportunidade para as aplicações web nesse segmento acontecerá se o Windows Phone decolar, pois acredita que será muito difícil para a maioria das equipes manter o desenvolvimento para três plataformas.

Por fim, algumas pessoas da plateia perguntaram sobre o suporte a mais linguagens no Android. Tim respondeu que o importante é o framework.

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