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Ferramentas: o fim da agilidade das equipes?

Os efeitos indesejados sobre os projetos, causados pela utilização indiscriminada de ferramentas de automação de processos, é o tema de post recente de Daniel Markham em seu blog "O que consertar". O coach defende que o caminho das ferramentas sofisticadas pode significar o fim da agilidade das equipes.

Diz Markham:

Como um coach Agile, tem sido tanto um privilégio quanto um sofrimento ver equipes com pessoas muito inteligentes se destruírem [...] e tudo começa com a automação.

Os principais riscos dessa automação, apontados por Markham, podem ser resumidos à perda da qualidade de comunicação ao se abandonar ferramentas visuais, como os quadros de post-its, somada ao fato de que a atualização das ferramentas de controle do processo podem, gradativamente, tornar-se o foco das atividades da equipe.

Markham sugere ainda que boa parte das equipes com as quais trabalhou apresentaram uma tendência natural de substituir, ou tentar "corrigir", os quadros de post-its por uma solução que julgassem mais sofisticada. Ele acrescenta, ironicamente, que uma planilha poderia facilmente cuidar de tudo e não seria complicado implementar uma réplica do quadro de histórias com um pouco HTML5 e AJAX.

Entretanto, a respeito de uma suposta simplicidade excessiva dos quadros visuais, Markham adverte que eles são o resultado do trabalho e pesquisa de décadas, e acrescenta:

Quando criamos equipes ágeis, criamos equipes de pessoas reais, pessoas que vivem. Isso quer dizer que nossas ferramentas de controle e comunicação devem ser construídas com base nas qualidades e capacidades das pessoas, não de robôs.

Segundo Markham, o trabalho desempenhado pela equipe vai muito além da simples manipulação de metainformações a respeito do projeto:

O que estamos fazendo é adquirir uma compreensão emocional comum do problema e dos envolvidos [...] estamos ajustando nossos padrões de trabalho, nossas técnicas de comunicação e nossas habilidades [...] há uma infinidade de coisas que não aparecem no quadro – mas que o quadro nos faz lembrar.

Para Markham, uma equipe ágil não é uma equipe que apenas "move histórias" em um quadro, mas sim uma que se "olha nos olhos" e discute sobre as necessidades do Product Owner, e como irão fazer para atendê-las. Nessa equipe, mesmo em uma conversa informal, alguém pode se lembrar de algo importante e adicionar uma tarefa ao quadro, para que mais tarde seja realizada.

Por fim, Markham conclui dizendo que histórias, quadros e metainformações são, ou deveriam ser, apenas acessórios que visam facilitar a interação entre as pessoas da equipe. Segundo ele, quando eliminamos essa interação, "matamos" exatamente aquilo que estamos buscando melhorar.

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