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Análise comportamental para aplicativos móveis

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No passado recente, as aplicações móveis viraram o mundo do avesso e já mudaram a forma como usamos a internet para trabalho e lazer. Inúmeras tecnologias surgiram para criar aplicativos móveis e processos de desenvolvimento começam a considera-los como cidadãos de primeira-classe. Contudo, embora o Mobile já pareça ser onipresente, o futuro está prestes a começar. Estamos diante de novas gerações de dispositivos móveis como wearables ou montes de traquitanas móveis que compõem a Internet das Coisas (Internet of Things, IoT). Seremos confrontados com novos tipos de interfaces de usuário para mostrar dados bem como aceitar comandos. E iremos presenciar cada vez mais empresas realmente priorizando a mobilidade. Tudo isso influenciará a forma como projetamos, codificamos e testamos software nos anos vindouros.

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Canais móveis estão ficando cada vez mais importantes - não apenas em empresas de tecnologia, mas também para empresas tradicionais. Consequentemente, os conceitos de otimização de website e analise comportamental de clientes estão sendo transferidas para campos dos websites móveis e aplicativos móveis. Durante o último ano, foram fundadas uma série de empresas cuja oferta de analise de aplicativos vai além do simples estatísticas de download, conforme monitorados por lojas de aplicativos. O objetivo geral é para aprender mais sobre o comportamento do cliente e adotar - se possível imediatamente - aplicações móveis para aquele comportamento maximizando o tempo de uso e taxas de conversão.

Splitforce é uma das empresas que vem atuando com analise e testes A/B de aplicativos móveis. Entramos em contato com Zac Aghion, co-fundador e líder de desenvolvimento estratégico na Splitforce para conversar sobre o atual estado da analise de aplicativos e sobre o que o futuro reserva para essa área.

InfoQ.com: Pode dizer aos nossos leitores quem é você e o que é a Splitforce?

Aghion: Meu nome é Zac Aghion, sou o CEO e o co-fundador da Splitforce que é uma solução de teste A/B e otimização para aplicativos iOS, Android e Unity. Na Splitforce gerencio as operações do dia a dia e estabeleço a visão estratégica da empresa.

InfoQ.com: Parece que no último ano houve muita atividade no setor de analytics para aplicativos móveis. Qual a razão para isso?

Aghion: Acho que as grandes empresas, especialmente as varejistas, mas também empresas de mídia, estão começando a reagir à adoção maciça de dispositivos móveis conectados. A proliferação dos dispositivos Android e iOS, que começou na primeira metade da década passada, só agora está começando a realmente ser capitalizado por essas empresas. O Wal-Mart, por exemplo, gera cerca de 50% do seu tráfego on-line de seu site móvel. Parte de ser capaz de construir esses produtos móveis da maneira correta é preciso instrumentá-los com as ferramentas certas - e analytics é uma dessas ferramentas - o que lhes permite compreender melhor como seus produtos estão se saindo e como eles podem torná-los melhor.

Há duas questões essenciais que um analytics tradicional é capaz de responder por esses aplicativos móveis: "Quem são meus usuários" e "O que eles estão fazendo?". Há uma terceira questão que é a peça do quebra-cabeça que faltava para entender como os dados podem ser alavancados e criar melhores produtos: "Como posso tornar a experiência melhor? Como posso fazer meus usuários fazer o que quero que eles façam, em uma proporção maior ou por mais vezes?". É nessa última questão que estamos começando a ver muito mais interesse por parte de desenvolvedores de produtos móveis, marketing móvel e em alguns casos até mesmo engenheiros.

InfoQ.com: Então, não existe um evento ou algo especial que tenha causado o interesse por analytics de aplicativos, mas isso foi apenas um resultado natural do aumento da adoção por parte dos consumidores que levaram a uma maior adoção de analytics dentro das empresas?

Aghion: Em paralelo com a crescente adoção dos dispositivos móveis entre os consumidores, há uma mudança no tipo de análise que as empresas se preocupam. Inicialmente as empresas colocavam mais ênfase especificamente na aquisição de novos downloads e novos usuários e, portanto, o foco de análise é sobre essa aquisição - então quais canais de publicidade estavam se saindo melhor, quais foram as taxas de cliques em publicidade para uma aplicação, quais foram as taxas de tráfego, de download e de instalação dessas diferentes campanhas de aquisição. Em paralelo ao crescimento em dispositivos móveis, tem havido uma mudança para focar tanto nos analytics de aquisição e como também de pós-download. E a razão para isso é para que as empresas podem entender melhor como os usuários estão se comportando ao usar seu aplicativo ou interagindo com seu produto móvel. Analises pós-download estão se tornando cada vez mais importante, a fim de completar o quadro do que acontece depois que um novo usuário de um aplicativo móvel é adquirido.

InfoQ.com: Quando dizemos que tem uma movimentação para analytics pós-download, estariam o pré-download ou o analytics das lojas de aplicativos ficando menos importantes agora?

Aghion: Não é uma mudança no sentido de que há menos foco em analytics de aquisição, mas há uma mudança no crescimento. Estamos vendo um maior nível de crescimento agora em analytics pós-download. Analytics de aquisição ainda são importantes, mas o que as pessoas estão vendo é uma imagem mais abrangente do seu retorno sobre o investimento na aquisição de um novo usuário - especialmente para aplicações gratuitas. O Gartner Research prevê que até 2017 cerca de 98% das aplicações vão ser gratuitos. Se está gastando dinheiro para adquirir novos usuários para um aplicativo gratuito, é preciso ter certeza de que eles estão sendo monetizados de forma efetiva após o download.

InfoQ.com: Se olhar o motivo de analisarmos os aplicativos feitos, é mais por razões diretamente monetárias, como: "eu quero vender mais coisas" ou é mais pela satisfação do cliente, "Eu quero prover uma experiência melhor" ou é por causa de ambos?

Aghion: No caso dos testes A/B, o objetivo é muito diferente para celular e web. Testes e otimização de sites tem sido tradicionalmente focadas em torno de melhorar as taxas de conversão, medida pelo número de visitantes que se tornam clientes. No contexto móvel não é apenas sobre como otimizar as taxas de conversão, mas também descobrir quais mudanças no produto os usuários respondem melhor. Especificamente achamos que o teste A/B no celular permite às empresas descobrir pontos de atrito na experiência do aplicativo móvel e como podem introduzir algum elemento de prazer ou surpresa para fazer que o aplicativo se torne um produto mais agradável de usar.

InfoQ.com: Se olhar as empresas que estão usando ferramentas de analytics agora - quem está usando os métodos mais sofisticados? São as grandes marcas ou são as startups e inovadoras?

Aghion: Empresas novas que tem mobilidade em seu DNA estão fazendo um melhor trabalho em alavancar seus dados de formas sofisticadas para compreender seus usuários e melhorar seus aplicativos. Por exemplo, empresas de games que priorizam mobilidade e prestadores de serviços sob-demanda que priorizam mobilidade, como o Uber ou o Handybook tem sido os melhores quando usam seus dados para otimizar seus aplicativos móveis.

InfoQ.com: Foi mencionado a priorização de mobilidade. Há alguma percepção da movimentação dessa priorização de mobilidade nas grandes marcas que não tem o celular na sua atividade principal? Já podemos ver alguns sinais dessa priorização?

Aghion: Existem algumas grandes empresas, que estão sendo desafiadas no celular por startups ou empresas mais novas, porque estão atrás em termos de tomar uma abordagem de priorização de mobilidade para seus negócios. Por exemplo, empresas como Grubhub que têm a tecnologia em sua cultura tem sido mais rápido se mover no celular e tem tido mais sucesso do que empresas maiores, mas mais antigas como o Burger King ou McDonalds. Na verdade, a indústria de alimentos e bebidas é uma que está passando por uma grande pressão para adotar uma cultura de priorização da mobilidade. Domino e Chipotle têm sido particularmente bem sucedidas e têm aplicativos no topo do ranking na categoria de alimentos das lojas de aplicativos.

Outro setor no qual a mobilidade faz muito sentido é em hospitalidade e viagens. Startups como Hoteltonight ou Hipmunk que tiveram um forte foco móvel colheram suas recompensas de uma mudança do consumidor para o celular. Muitas cadeias de hotéis estão agora começando a levar mobilidade a sério, porque eles não querem perder market share. O grupo Marriot, por exemplo, acaba de lançar um novo aplicativo móvel que oferece check-in e vários outros serviços auxiliares.

InfoQ.com: Estava conversando com algumas pessoas de um banco australiano e me disseram que eles também vêem uma mudanças nas estatísticas quando olharam os logs dos servidores. Bancos geralmente tem picos lá pela hora do almoço e no começo da noite quando as pessoas estão checando suas contas bancárias e fazendo algumas transações. Mas agora não existem mais picos, mas meio que uma atividade constante das 18h em diante porque as pessoas estão sentandas na frente da sua televisão e elas estão com seus tablets fazendo algumas transações durante os comerciais. Parece que no futuro iremos vivenciar essa priorização da mobilidade em muitas outras áreas.

Aghion: Mobile banking é outro grande caso para analytics de aplicativos móveis porque ajuda os provedores de serviços bancários a entender quais tarefas seus clientes querem realizar dos seus dispositivos móveis. Se bancos são capazes de prover produtos móveis e também responder quais questões seus clientes possam ter sobre suas contas, então os bancos tem a oportunidade de reduzir custos das suas operações tradicionais de customer support e de serviços de contas. No futuro, os clientes de bancos irão querer que seu banco forneça uma maneira simples e fácil de fazer o que eles precisam fazer do seu celular ou tablet. Para grandes bancos a oportunidade da mobilidade é dupla - aumentar satisfação do cliente e reduzir custos operacionais.

InfoQ.com: Sim, isso é correto. Bem, vamos falar um pouco da Splitforce e dos serviços que ela oferece. Foram lançados novos serviços poucas semanas atrás. Uma coisa que é realmente legal é a funcionalidade de auto-otimização. Pode comentar um pouco sobre isso?

Aghion: Embora testes A/B sejam o máximo, descobrimos que ainda hoje é um processo muito manual, mas que não precisava ser. Principalmente, descobrimos que muitos profissionais que estão gerenciando testes A/B ainda gastam muito tempo projetando sua experiência, e, em seguida, após o lançamento de ajustes de tráfego e monitoramento dos dados de entrada, até que um resultado estatisticamente significativo seja alcançado.

A auto-otimização é a nossa maneira de tornar o teste mais fácil. Fazemos isso, ajustando dinamicamente a probabilidade de que as variações em um experimento são exibidas com base em seu nível atual de desempenho. Então, em um tradicional teste A/ B com duas variações pode ter as probabilidades fixas em 50/50 para A e B durante todo o teste. Com Auto-Optimization, um algoritmo que avalia o desempenho de A e B em tempo real ajustará dinamicamente suas probabilidades de 51-49, 52-48, 53-47, etc., de modo que a variação vencedora flutua para cima e a variação com o pior desempenho acaba sendo eliminada.

Os benefícios da auto-otimização são: 1) permitir que nossos clientes mantenham um maior nível médio de desempenho em toda fase de testes; 2) impulsionar os resultados de testes mais rápidos; 3) reduzir o tempo e os custos associados na concepção e execução de um programa de teste.

Além de Auto-Otimização, também lançamos suporte para a segmentação, permitindo que as empresas direcionem testes para grupos específicos de usuários. Então, agora, nossos clientes podem simultaneamente testar e medir o que funciona melhor para velhos versus novos usuários, usuários franceses versus usuários alemães, usuários que visitam durante o dia versus aqueles que visitam à noite, etc. Descobrimos que nem todos os usuários são os mesmos e, por isso, não faz sentido tratá-los como tal. O direcionamento tirou da frente toda uma camada de onion otimization, técnica de indexação de estruturas para otimizar a consulta. Desta forma, realmente demos um passo para tornarmos uma plataforma para personalizar experiências de aplicativos móveis.

InfoQ.com: Além do iOS e do Android também há suporte ao Unity, que conheço do mundo dos games. O foco do Unity são os games ou ele também pode ser encontrado em outras áreas?

Aghion: Hoje, o principal caso de uso do Unity tem sido em especial games que usam gráficos 3D. Unity é muito bom porque é uma ferramenta que desenvolvedores podem usar para criar aplicativos em diferentes plataformas. Um aplicativo Unity é escrito tanto em Unity Script ou C# e então compilado para rodar no iOS, Android ou mesmo em .Net. Então as pessoas o tem usado para construir games que rodam no navegador, por exemplo, para um game no Facebook. Meu entendimento é que também tem sido usado por outras indústrias fora do mundo dos games, em arquitetura, prototipação e modelagem 3D.

InfoQ.com: Se olharmos um pouco no futuro…. já estão fazendo analytics sofisticados agora, mas qual é a visão para os próximos dois, três anos. Teremos softwares inteligentes que se auto adaptam, de qual modo um analytics interno da aplicação está fortemente integrado com a lógica de negócios? É para isso que estamos caminhando?

Aghion: Acredito que no futuro os profissionais de marketing e de analytics avaliarão suas opções em ferramentas de analytics baseadas no quanto elas permitem automatizar o uso de dados na tomada de decisões. A suposição é que estatísticas avançadas e recursos computacionais mais baratos nos permitirão fazer coisas bem poderosas com os dados. Mas poucas pessoas detêm o conhecimento necessário para implementar sozinhas essas práticas. Nossa visão é dar a todos a oportunidade de usar seus dados e fazer decisões automatizadas baseadas naqueles dados.

InfoQ.com: Estou ansioso para ver quais novas funcionalidades a Splitforce trará, a forma como nossos aplicativos serão otimizados no futuro próximo. Foi bastante interessante ouvir sua opinião sobre esse assunto e tenho que te agradecer muito.

Aghion: Obrigado, Raph. Isso foi legal.

Sobre o entrevistado

Zac Aghion lidera o desenvolvimento estratégico da Splitforce e gerencia operações do dia a dia. Ele anteriormente era o responsável pelo marketing na China Economic Review, gerenciando uma equipe de seis pessoas e tem analisado dados de clientes para otimizar negócios digitais desde 2009.

No passado recente, as aplicações móveis viraram o mundo do avesso e já mudaram a forma como usamos a internet para trabalho e lazer. Inúmeras tecnologias surgiram para criar aplicativos móveis e processos de desenvolvimento começam a considera-los como cidadãos de primeira-classe. Contudo, embora o Mobile já pareça ser onipresente, o futuro está prestes a começar. Estamos diante de novas gerações de dispositivos móveis como wearables ou montes de traquitanas móveis que compõem a Internet das Coisas (Internet of Things, IoT). Seremos confrontados com novos tipos de interfaces de usuário para mostrar dados bem como aceitar comandos. E iremos presenciar cada vez mais empresas realmente priorizando a mobilidade. Tudo isso influenciará a forma como projetamos, codificamos e testamos software nos anos vindouros.

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