Rachel Davies e Liz Sedley, co-autores do livro Agile Coaching, fizeram uma sessão divertida chamada "10 Dicas para um Agile Coach". Mas poderia muito bem ter sido chamada de "10 Coisas que Alguns Agile Coachs Erram".
Sendo Apresentado - quando um líder chega pela primeira vez em um time (existente ou novo), pode ser um evento traumático. O time fica incerto sobre quem é o seu líder, por que ele está no comando e até se ele está qualificado para fazer o trabalho. Uma apresentação conduzida por uma pessoa sênior (gerente, líder do time, ou apenas uma pessoa respeitada) será de grande valia para acalmar esses receios. Além disso, o líder precisará explicar sua experiência ao time e seu(s) objetivo(s).
Agile não é uma Religião - Membros da equipe não se preocupam com Agile, eles estão focados em conseguir realizar seu trabalho, obtendo um aumento de salário e talvez uma promoção. Sendo assim, eles não se importam com o Agile, eles só se importam com coisas que irão ajudá-los a resolver seus problemas atuais. Como líderes, temos de ter tempo, compreender a situação, ouvir e talvez o mais importante, fazer com que a equipe sinta que suas preocupações são ouvidas.
Mostre Respeito - não simplesmente apareça com um plano para resolver todos os problemas do time. Entenda como eles chegaram onde estão hoje. Foque na linguagem, por exemplo. Membros de um time são pessoas, e não apenas recursos, desenvolvedores, testadores e gerência.
Pé Atrás - muitas vezes, como líderes, nos focamos nos problemas que o time apresenta sem visualizar uma situação de forma mais ampla. Não tente consertar as pessoas - na maioria dos casos, elas estão apenas respondendo a pressões organizacionais. Em vez de agir dessa maneira, fique com um pé atrás, use Systems Thinking para ajudá-lo a encontrar essas pressões e então foque-se em resolvê-las.
Tire um Tempo para Refletir - frequentemente nós reagimos aos problemas no auge do momento. Em vez de reagir imediatamente, pare, tire um tempo para refletir, converse com outro líder, e talvez não leve tão a sério.
Faça perguntas, Dê Idéias - como procuramos compreender como o time se comporta/trabalha - faça a maioria das perguntas 'como' e 'o que'. Liz recomenda evitar o uso de 'por que', uma vez que isso colocará muitas pessoas na defensiva. Ela reseva o uso do 'por que' para análise de causa raiz - o qual ela usa moderadamente. Quando você tem ideias interessantes para compartilhar e não faz perguntas, as pessoas vão interpretá-las com um tom imperativo e ficarão ressentidas.
Apresente o Elefante - grandes problemas são geralmente ignorados porque as pessoas os percebem como sendo intransponíveis. Não deixe essas coisas de lado, ao invés disso use uma restrospectiva e responda "Noto que as pessoas estão evitando...". Ajude a equipe a encontrar algum aspecto do problema para amenizá-lo. Seja qual for o resultado, não empurre a reponsabilidade de tomar decisões à equipe, se eles não estão preparados.
Faça da Mudança um Experimento - As pessoas estão sempre com medo de mudar, mas, tornando isso um experimento nós podemos ajudar a diminuir este medo. Ao envolver os membros da equipe na mudança, eles vão tomar posse do esforço e se habituar a fazer pequenas mudanças. A retrospectiva é um bom momento para introduzir essas experiências.
Vá com a energia da equipe - Ao invés de resolver o maior problema que a equipe possa enfrentar em algum momento, descubra qual é a energia que eles têm para resolver este problema. Ao resolver pequenos problemas, eles ganham confiança e motivação. À medida que eles ganham experiência, suas ambições e energia vão crescer.
Tenha Coragem em suas Convicções - em uma base regular suas crenças serão atacadas e postas em questão. Tenha coragem e acredite em si mesmo, mas acima de tudo, seja paciente. Estamos no negócio de fazer equipes passarem por grandes mudanças, temos digerido estas mudanças, mas as equipes que lideramos não.
Os membros da audiência adicionaram algumas outras dicas:
- Fique quieto ou em silêncio - algumas vezes, o melhor tipo de intervenção é não intervir em nada. (Tobias Mayer)
- Fique longe - quando não estamos disponíveis, as equipes que lideramos são forçadas a aprender a resolver alguns de seus próprios problemas.
- Aprenda a línguagem do cliente - através da compreensão dos problemas dos clientes nós ajudamos a reduzir o medo.
- Não pegue pesado: faça uma sugestão, seja breve, afaste-se, espere um pouco antes de reaparecer.
- Foque-se no positivo: veja pequenas vitórias como pontos rumo ao objetivo principal
- Não critique os membros da equipe publicamente, lide com os problemas privadamente.
- Crie uma lista de tópicos de treinamento e peça à equipe para priorizar isso. Isto dará à equipe mais domínio de relacionamento. (William Rowden)
Qual coach não se viu nesta notícia?
by Felipe Rodrigues,
Pé atrás
by Cláudio Silva,
Re: Pé atrás
by Manoel Pimentel (InfoQ Brasil),
Pontos altos e pontos baixos
by Manoel Pimentel (InfoQ Brasil),
Re: Pontos altos e pontos baixos
by Dionatan m,
Qual coach não se viu nesta notícia?
by Felipe Rodrigues,
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Tenho sido coach de equipes para implatar agile há algum tempo e confesso que esta notícia acrescentou muito para mim.
Conforme fui lendo, fui lembrando de algumas situações em que me comportei corretamente, conforme apresentado aqui, e outras em que não me comportei direito.
Muito interessante para aprender e se policiar enquanto coach.
Pé atrás
by Cláudio Silva,
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Achei o item "pé atrás" confuso...
Alguém poderia dar um exemplo de Systems thinking ?
Pontos altos e pontos baixos
by Manoel Pimentel (InfoQ Brasil),
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Ótimo texto, porém gostaria só de compartilhar de minha visão:
Ponto alto deste artigo:
- Agile não é uma Religião
Isso é o básico para desenvolver um bom trabalho de coaching, principalmente porque isso representa a não interferência dos valores e crenças do próprio coach durante o processo.
Ponto Baixo:
- Tenha Coragem em suas Convicções
Explico: Coaching não é Consultoria, logo você não vai definir para o seu Coachee (cliente) as crenças e valores que ele deve seguir.
Outro ponto, o Coaching ajuda uma pessoa a descobrir e desenvolver seus próprios potencias (de acordo com seus próprios valores) para atingir determinados resultados, logo quando o Coach induz seu cliente com os próprios valores e crenças, já está interferindo negativamente nesse processo de descoberta e de desenvolvimento.
Re: Pé atrás
by Manoel Pimentel (InfoQ Brasil),
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Talvez isso o ajude: Six Thinking Hats - en.wikipedia.org/wiki/Six_Thinking_Hats
Re: Pontos altos e pontos baixos
by Dionatan m,
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Ao identificar um membro da equipe meio perdido, sem tanto valor ou foco, sem se sentir muito útil, sugiro para ele ter mais atividades e responsabilidades para motivá-lo e funciona muito bem, ele fica mais ligado na equipe e quer ajudar mais. Temos que explorar que o trabalho em equipe faz as pessoas trabalharem pensando na própria equipe, unidas, e a equipe como um todo para o produto/software. Sugerir desafios condizentes fazem as pessoas se motivarem bastante, e a motivação faz a equipe produzir muito melhor, mais rápido e com mais prazer.