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O IE10 e o que realmente significa “HTML5 Nativo"

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Foi apresentado no keynote na última terça-feira no MIX O IE 10 Platform Preview 1. No meio de todo o alvoroço sobre as melhorias de desempenho, um ponto importante ficou aparentemente esquecido: o que a Microsoft realmente quer dizer com "HTML5 nativo"? Estamos falando basicamente de aceleração de hardware? Achamos que não.

O comunicado à imprensa divulgado no blog do IE enfatiza o uso de padrões, mas indica alguns objetivos de longo prazo nos três primeiros parágrafos (ênfase acrescentada pelo autor).

O IE 10 Platform Preview 1 é o primeiro passo na concretização da nova onda de melhorias visando suporte nativo ao HTML 5. Sites com HTML5 rodam melhor quando rodam nativamente em um browser que seja otimizado para o sistema operacional do computador ou dispositivo.

Construímos o IE9 a partir do zero para que o Windows ofereça o melhor da experiência do HTML5 de maneira nativa em assim a melhor experiência web em ambiente Windows. O IE 10 continua no caminho do IE 9, usando diretamente o que é fornecido pelo Windows e evitando abstrações, camadas e bibliotecas que interfiram na velocidade dos sites e na qualidade da experiência do usuário.

Somente o Windows 7 com o IE9 oferece, hoje, uma experiência de web e HTML nativos. A abordagem de tirar proveito do que o sistema operacional oferece - de recursos gráficos nativos, às jump lists - maximiza o desempenho, a usabilidade e a confiabilidade. A melhor experiência com o HTML5 é nativa ao SO, para que sites passem pelo menor número de camadas de conversão. Essa melhor experiência permite que sites utilizem o mesmo HTML, CSS e scripts entre diferentes navegadores, respeita o tempo dos desenvolvedores e permite que sites com HTML5 não sejam tratados como se usassem tecnologias instáveis.

Note-se que jump lists não têm nada a ver com a aceleração de hardware ou o desempenho em geral. O que parece estar acontecendo neste caso é uma tentativa de utilizar o HTML5 como forma de construir aplicações nativas no Windows. Jump lists são apenas uma pequena demonstração de uma série de novos recursos em desenvolvimento.

Para tentar prever o que está por vir, é necessário entender o que diferencia uma aplicação nativa de uma aplicação web e depois retirar dessas funcionalidades o que já é contemplado pelo HTML5. Considere o exemplo de um editor de texto para web. Precisaríamos das seguintes funcionalidades:

  1. Edição de texto
  2. Formatação
  3. Fontes
  4. Carregar/salvar arquivos em unidades locais/rede
  5. Carregar/salvar arquivos na web
  6. Verificação ortográfica e gramatical
  7. Lista de itens recentes
  8. Abrir a partir do Menu Iniciar
  9. A capacidade de funcionar sem uma conexão de rede

As soluções para os dois primeiros itens já são bem conhecidas e utilizadas. O módulo de Fontes no CSS 3 é uma abordagem válida para o terceiro. O quarto é o primeiro item a chamar atenção. Salvar arquivos em unidades locais/rede é bastante simples, mas abri-los é mais difícil. Não se pode simplesmente dar um duplo clique em um documento e esperar que seu navegador abra um site específico que carregue e renderize o arquivo. Fica claro, neste caso, que a capacidade de associar tipos de arquivos a uma aplicação web é candidata a funcionalidade futura do IE.

Continuando a lista, carregar e salvar arquivos na web é simples. Uma verificação ortográfica e gramatical bem feita vai depender de recursos de multithreading, mas isto já está coberto na funcionalidade de Web Workers do HTML5. Uma lista de Itens Recentes é a próxima funcionalidade. Embora nãio seja utilizada por muitos usuários, certamente os que a utilizam sentiriam falta caso sua atualização fosse falha. Eis então mais um candidato a nova funcionalidade.

A abertura a partir do Menu Iniciar seria essencial em aplicações rodando como locais. Já com o IE 9, sites podem ser "fixados" no Menu Iniciar arrastando-se um atalho. E se os rumores forem verdadeiros, o Windows 8 vai oferecer um novo processo de instalação de pacotes chamado Appx. O novo recursos permitiria configurar aplicações web como se fossem instaladas na máquina, o que seria um grande avanço.

O último item (funcionar sem uma conexão de rede) é o maior desafio. Para oferecer "o desempenho, a usabilidade e a confiabilidade" de uma aplicação nativa, uma aplicação web precisa ser capaz de executar em modo desconectado. Não seria a primeira vez que seria tentado algo do gênero. Mas tentativas anteriores falharam por várias razões, incluindo a dependência exagerada do processamento no lado do servidor e a falta de constância do cache do navegador. Com as funcionalidades aprimoradas e a melhoria do desempenho no processamento JavaScript ocorridas recentemente, grande parte do processamento no servidor pode ser trazido para o cliente, o que deve aumentar as chances de sucesso. O cache do navegador também pode ser melhorado para evitar que a "aplicação web instalada" seja removida prematuramente.

Com isso, chegamos à seguinte lista de possíveis funcionalidades futuras no IE:

  • Associação de tipos de arquivos com aplicações web
  • Lista de itens recentes
  • Integração com o Menu Iniciar
  • Cache persistente de aplicações web

Não sabemos quando ou se a Microsoft vai implementar qualquer funcionalidade da lista. Além disso, certamente outros tipos de aplicações precisarão de funcionalidades não listadas aqui para que funcionem de maneira semelhante a uma aplicação nativa. O que está claro é que para a Microsoft ter sucesso na sua oferta de "HTML5 nativo", desenvolvedores web vão precisar comprar a ideia e usar funcionalidades específicas para Windows em seus sites e aplicações web. Um impedimento à adoção dessa funconalidade, além da amarração ao sistema operacional, é o fato de outros fabricantes de browsers terem menor interesse em oferecer funcionalidades exclusivas para Windows. Então os desenvolvedores web estariam visando principalmente usuários do IE.

Há algo de bom na notícia. A estratégia da Microsoft de adicionar ao HTML5 recursos exclusivos ao IE/Windows resulta, no mínimo, no suporte a todos ou boa parte dos novos padrões de HTML5 e CSS3. Com isso, ganham até mesmo os desenvolvedores web que não estiverem nem interessados no Windows. Como o IE deve implementar os novos padrões assim que forem aprovados e outros navegadores não vão querer ficar atrás da Microsoft, temos desenhada uma corrida pró-HTML5 e CSS3 que trará ganhos para todos.

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