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Scala em .Net: produtividade multiplataforma

Dando continuidade a um trabalho iniciado anos atrás, a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), da Suíça alcançou um importante marco no trabalho de permitir o desenvolvimento com Scala na plataforma .Net de forma totalmente independente do JDK.

Não é recente o interesse pela linguagem Scala dentro da comunidade Java. Mais recente, entretanto, é o interesse de desenvolvedores da plataforma .Net nesta linguagem. Mas qual seria o grande diferencial de se ter mais uma linguagem suportada pela plataforma, havendo tantas outras? Afinal, por que usar Scala? Miguel Garcia, integrante do grupo que desenvolve o projeto na EPFL, aponta algumas razões:

Scala é uma linguagem de programação concisa e altamente produtiva. Utilizando Scala em .Net, os desenvolvedores podem produzir aplicações mais rapidamente e ainda disponibilizá-las nas duas maiores plataformas da indústria, JVM e .Net. [...] Isso significa que várias ferramentas e aplicações criadas para .Net e para a JVM podem ser utilizadas com o código que rodará nas duas plataformas.

Miguel também explica que, com poucas exceções, já é possível compilar e rodar aplicações desenvolvidas em Scala na plataforma .Net:

Somente coleções genéricas da CLR ainda não foram implementadas no compilador Scala.NET. Todas as funcionalidades (incluindo as coleções genéricas do Scala) estão disponíveis. As coleções genéricas .Net serão suportadas em três ou quatro meses.

Além do suporte a coleções, deve ser liberado nos próximos meses um plugin Scala para o Visual Studio, permitindo que recursos como autocomplete e formatação de código sejam utilizados na íntegra. Até lá, uma alternativa aos interessados em desenvolver com a linguagem é usar alguma IDE Java (Eclipse, IntelliJ etc.) para o desenvolvimento e realizar a depuração do código com o Visual Studio.

Embora compilar o código para as duas plataformas já era possível, antes do Scala.NET, o grande desafio do projeto era permitir que o compilador Scala.NET se tornasse auto-suficiente, podendo compilar seu próprio código sem depender do JDK. 

Para alcançar a independência do JDK, a equipe da EPFL faz uso intensivo da IKVM, um projeto open source conduzido por Jeroen Frijters que provê uma implementação da JVM para .Net. A partir disto, foi criado um pré-processador em forma de plugin que substitui as referências à JDK por seus equivalentes na IKVM, mantendo o restante do processo de geração de código MSIL idêntico, graças à modularidade da IKVM. Chegou-se, enfim, ao Scala.NET, um compilador Scala que consegue compilar a si mesmo de forma autônoma da JDK.

O grupo de Scala da EPFL publicou um documento que descreve passo a passo como utilizar a linguagem na plataforma .Net. Na sua opinião, ambas as comunidades saberão tirar proveito das oportunidades abertas com a nova linguagem?

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