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O futuro da criação de interfaces e UX em projetos ágeis

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Muitos dos que estão iniciando em Agile têm dificuldades em saber como encaixar o design de interfaces (UI) e de experiência do usuário (UX). No passado, tentou-se manter esse trabalho separado do time ou realizá-lo um sprint antes. Recentemente, porém, aumentou a discussão sobre como trazer UI/UX para dentro dos times ágeis. Destacam-se neste contexto as práticas do Lean UX.

Luke Walter da CollabNet opinou sobre a ideia de trabalhar um sprint antes:

Encontro fequentemente recomendações de praticantes sênior do Scrum de que o design de UI deve ser feito em sprints preliminares ao desenvolvimento, na preparação do backlog, ou até em reuniões de planejamento, fora dos sprints. Sendo um designer que vem usando Scrum desde 2004, tais recomendações sempre me deixam perplexo. Essas pessoas podem argumentar que a arquitetura do sistema (o design de alto nível do software) seja feito de forma incremental e iterativa em sprints regulares junto com o restante do desenvolvimento – mas dizem e fazem o contrário com o design de interfaces, sem atentar para a irônia.

Para Luke Walter, o design é apenas outra parte a ser feita:

Design, tal qual arquitetura e testes, é apenas trabalho que precisa ser feito para construir um incremento entregável do produto. E a maioria desse trabalho pode acontecer durante um sprint, juntamente com o resto das atividades.

Sobre o aumento de retrabalho ao fazer o design iterativamente, diz:

Assim como os desenvolvedores, os designers também precisam superar a ideia de que o retrabalho é um desperdício.

Jeff Gothelf, Arquiteto de Informação e especialista em UX, também não vê com bons olhos o trabalho em design em um sprint anterior:

Usar o termo “iteração zero” dá a entender que seguimos o modelo de “sprints escalonados (staggered)” popularizado por Desiree Sy e Lynn Miller na Autodesk, o que não fazemos. Ao contrário,  optamos por resolver os problemas como equipes integradas de Scrum, trazendo as fases de geração de ideias, design e desenvolvimento o mais próximo possível do início das atividades.

Gothelf é um defensor de um novo movimento conhecido como Lean UX. Inspirado pelo Lean e pelo Agile, o Lean UX trata de aproximar o design do processo de desenvolvimento, para que o foco não seja mais nas entregas, e sim na experiência do usuário com o software real.

O Lean UX encoraja o designer a mostrar seu trabalho ao time, cedo e com frequência; ouvir suas opiniões e sugestões e levá-las em conta na próxima iteração do design.  Com isso, o designer obtém diversas vantagens:

  1. Tem certeza de que está alinhado com o resto da equipe e com a visão de negócio;
  2. Fornecem aos desenvolvedores uma ideia da direção que a aplicação está tomando (e com isso, acelera o desenvolvimento e descobre dificuldades mais cedo);
  3. Pode pensar mais adiante, uma vez que apresentar os conceitos para os outros força-o a focar nas áreas em que não pensou enquanto estava concentrado desenhando os pixels.

Ciclos de design longos e detalhados são evitados para favorecer ciclos mais curtos, iterativos, e de baixa fidelidade, colhendo comentários de todos os membros da equipe de implementação, mais cedo e com maior frequência. A colaboração com toda a equipe se torna crucial para o sucesso do produto.

Gothelf também expressa o medo do “design por comitê”:

Com Lean UX, os designers continua direcionando seu trabalho, mas passa a incorporar muito mais feedback, avaliando o que funciona melhor para o negócio e para o usuário, e evoluindo o design iterativamente. Seguir as práticas Lean leva a uma redução no tempo gasto seguindo direções erradas. O designer fica cada vez mais ciente da restrições, a cada iteração e revisão. O Lean UX tira os designers do simples trabalho de entregáveis e os traz de volta ao design de experiêcia do usuário.

Jared Spool, do blog "User Interface Engineering", fala mais sobre o que muda com Lean UX:

Acredito que existe algo especial nas práticas do Lean UX. O Lean UX trata de reduzir o número de entregáveis, concentrar-se no design e avançar com ele. Não exige novas habilidades de UX a serem adicionadas ao seu currículo; mas há uma forma de pensar specífica ao Lean UX que não se vê quando as pessoas não o estão praticando.

Após anos de incertezas, a UI/UX parece estar se estabelecendo como membro de primeira classe no trabalho dos times ágeis.

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