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Scrum: uma das maiores descobertas em gestão?

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Joe Little escreveu em seu blog Agile and Business, comentários sobre o artigo de Steve Denning que trata da aplicação do Scrum e do pensamento ágil à gestão das empresas e defende a ideia de que o Scrum "é uma das maiores descobertas em gestão". O artigo de Denning, escrito para a Forbes, teve grande repercussão na comunidade ágil e também nas áreas de gestão.

Embora alguns pensem que Scrum é aplicável apenas ao desenvolvimento de software, diz Little, o gerenciamento ágil é uma nova forma de pensar que pode modificar até mesmo as estruturas organizacionais.

Denning lembra no seu artigo de características fundamentais do gerenciamento. O gerenciamento é um elemento vital para as empresas. Trata-se, entre outras coisas, de estabelecer os objetivos, adquirir e coordenar recursos e pessoas no sentido de atingir metas, buscando sempre manter o alinhamento estratégico da organização. Sobre esse ponto, diz Little:

Se acreditarmos que os gerentes são responsáveis pela situação caótica em que nos encontramos, ou que eles são os únicos capazes de modificar a situação, então é essencial o fato de o Scrum ser considerado uma grande descoberta em gestão.

Joe Little reforça as palavras de Denning, no sentido de que mudanças precisam ser feitas, e que a melhor ou talvez a única forma de fazê-las acontecer é adotar os preceitos de Scrum para gestão, estabelecendo o gerenciamento ágil. Little diz ainda que, apesar de os gerentes deterem o poder formal, se não assumirem o papel de precursores das mudanças, provavelmente outras pessoas o farão dentro da empresa.

É importante ressaltar que a aplicação de Scrum na gerência envolve não apenas ferramentas como quadros e estimativas, mas também o pensamento e as práticas ágeis: iterações, independência da equipe, priorização das necessidades dos clientes e o foco na entrega periódica de resultados úteis.

Little afirma que sua experiência mostra os resultados positivos de se implantar Scrum nas empresas. Porém destaca que é importante que os gerentes e suas equipes realmente adotem a filosofia subjacente ao Scrum: não basta apenas instituir algumas reuniões standup e quadros de tarefas; deve-se compreender e abraçar os princípios do Scrum.

Ele destaca que a adoção do pensamento ágil faz com que as pessoas passem a compreender suas atividades, processos e projetos de forma diferente:

Ao introduzir Scrum em uma empresa, noto que as pessoas começam a enxergar os impedimentos e começam a perceber que tudo pode ser modificado.

A afirmação de Little se baseia na mudança cultural resultante das principais práticas do Scrum, descritas da seguinte forma por Denning:

  1. Organize o trabalho em ciclos de curta duração
  2. A gerência não interrompe a equipe durante um ciclo de trabalho;
  3. A equipe se reporta ao cliente, não ao gerente;
  4. A equipe estima quanto tempo o trabalho irá durar;
  5. A equipe decide quanto trabalho pode fazer em cada iteração;
  6. A equipe decide como o trabalho será feito em cada iteração;
  7. A equipe mede seu própria desempenho;
  8. Os objetivos são definidos antes de se começar cada ciclo;
  9. Os objetivos são definidos a partir de histórias de usuários; e
  10. Sistematicamente, remova os impedimentos.

Essas práticas, é claro, necessitam de pessoas para funcionar bem, e Little reconhece que o Scrum não é uma bala de prata com o poder de nos salvar de todos os problemas de gestão. Embora o pensamento de inspeção e adaptação trazido pelo Scrum seja positivo para as empresas num ambiente competitivo e instável, as metodologias ágeis não podem consertar uma empresa num passe de mágica.

Realçando a dificuldade em modificar a cultura das empresas e de introduzir o pensamento e o gerenciamento ágil, Denning menciona que 70% das implementações de Scrum falham. Mas destaca que existem casos de grande sucesso, como o da Salesforce.

Little, acompanhando Denning, lembra que as pessoas são os agentes de mudança; são elas que precisam descobrir o que precisa ser alterado e como deve ser alterado.

O Scrum, implantado corretamente, é como um grande time [de esporte coletivo]. Todos os jogadores em uma grande equipe estão relacionados, todas as jogadas estão interligadas. [...] De modo análogo, todos os valores, princípios e práticas de Scrum estão interrelacionados, assim como devem estar as pessoas que os colocam em prática.

A conclusão de Denning é que o Scrum é, de fato, uma grande descoberta gerencial. Little, por sua vez, conclui que o difícil não é implementar Scrum, mas sim fazê-lo funcionar, e concorda que os princípios do Scrum podem ir muito além do desenvolvimento de software.

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