A discussão ITIL versus DevOps é comum existem vários pontos de vista sobre o assunto: alguns argumentam que ITIL e DevOps tem mentalidades diferentes; outros argumentam que são compatíveis; outros ainda dizem que são diferentes, mas ambos tem seu espaço nos departamentos de TI. Charles Betz é líder do Agile Workstream no Open Group IT4IT Forum que busca disponibilizar uma "arquitetura de referência agnóstica para gerenciar aspectos do negócio associados à TI". Em um artigo recente, Betz argumenta que os princípios básicos de ITIL e devOps são díspares. O ITIL ainda está preso a um fluxo de trabalho em fases. O DevOps abraça os princípios da gestão lean de produtos, como gerenciar o trabalho em andamento, gerenciar as filas e executar o trabalho em pequenos lotes.
Betz e Jeff Sussna, ambos céticos ao ITIL, concordam que o ITIL prestou um grande serviço à comunidade de TI ao "promover uma mentalidade centrada no serviço, de fora para dentro, focada no cliente". A discussão no âmbito do ITIL V3 sobre "Melhoria de Serviço Continuada" visa alinhar continuamente os processos de TI com as necessidades do negócio. No entanto, ainda sim, Bez e Sussna alegam que permanece uma mentalidade centrada em fases. Betz afirma:
Para cada menção dos termos "iterativo" ou "feedback", existem dez menções aos termos "plano" ou "planejamento". Notadamente, a palavra "experimentar" aparece apenas algumas vezes no volume Estratégia de Serviço e nenhuma outra vez nos volumes restantes.
Segundo Sussna, o ITIL V3:
O ITIL V3 posiciona a Melhoria Continua de Serviço no final de um conjunto de fases incluindo Estratégia de Serviço, Projeto, Transição e Operação. Francamente, fiquei um pouco chocado ao ver uma abordagem tão parecida com cascata.
Betz vê o ITIL descrevendo o pipeline de TI como "grandes lotes de trabalho precisamente planejados, transicionando entre estratégia, desenvolvimento e operações". Betz também avalia que o ITIL acredita fundamentalmente em processos como o principal mecanismo de resolução de problemas e que o risco é mitigado através de planejamento e documentação. Betz associa algumas dessas crenças fundamentais ao fato de que a maioria do ITIL remonta há 10 anos atrás e, portanto, está desatualizado.
O ITIL requer um modelo base melhor da implantação da TI como um sistema sócio-técnico preocupado principalmente com a execução, feedback e fluxo.
Por outro lado, Gene Kim diz que ITIL/ITSM são bastante compatíveis com DevOps:
ITIL e ITSM ainda são melhores codificações dos processos de negócios que sustentam Operações de TI, e descrevem muitas das capacidades necessárias para que Operações de TI possam suportar um fluxo de trabalho no estilo DevOps.
E:
No entanto, o mais importante e que os profissionais de ITSM são excepcionalmente bem preparados para ajudar nas iniciativas de DevOps e criar valor para o negócio.
Kim apresenta vários exemplos em que os profissionais ITIL/ITSM agregam valor. Em um projeto de automação da infra-estrutura, os profissionais de ITSM podem integrar "checklists de gestão de liberação de prontidão, checklists de verificação de proteção de segurança e dentre outros artefatos pré-existentes" ao processo de automação de build. "Mudanças Padronizadas" é um termo ITIL para mudanças frequentes, documentadas, pré-aprovadas e de baixo risco. Profissionais de ITSM podem ajudar a incorporar mudanças padronizadas em implantações automatizadas para produção.
Rob England diverge de Betz, Sussna e Kim. Ele argumenta que ITIL e DevOps estão em desacordo, mas ambos podem ter seu lugar em uma organização de TI. Ele se inspira nos modelos de TI/bimodal e pace layer de Gartner para advogar uma TI de múltiplas velocidades:
- Conservadora: tradicional, provavelmente cascata, gestão de mudança e operações;
- Ágil: alguma variante de DevOps.
Segundo England, o negócio deveria decidir que abordagem seguir. Algumas necessidades de negócio bem como e as aplicações que as suportam, precisam de ênfase na inovação e na velocidade de mudança o que é equivalente a dizer que precisam de uma abordagem ágil. Outros negócios precisam de estabilidade e baixo risco, ou seja, demandam uma abordagem conservadora.
Divergentes
by Ricardo Lopes,
Divergentes
by Ricardo Lopes,
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Acredito que estas são abordagens divergentes, porém é possível que coabitem no mesmo ambiente (equipe), por exemplo, criando um modelo baseado em DevOps para ambiente não produtivos é uma forma de agilizar a entrega contínua e quando for o momento de subir para produção, utilizar o ITIL para garantir a rastreabilidade das alterações.