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Entrevista sobre o livro Surrounded By Idiots

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Pontos Principais

  • A autoconsciência é importante. Quanto mais entendemos sobre nós mesmos, menor o risco de agirmos de uma maneira estressante;
  • É importante para o líder moderno ter competência para lidar com diferentes tipos de pessoas;
  • Com os fundamentos do modelo DISC podemos começar a ver as pessoas com um olhar diferente;
  • Há Problemas de comunicação comuns entre pessoas com diferentes estilos de cores;
  • Se seguirmos as recomendações sobre como interagir com pessoas de diferentes cores (vermelho, amarelo, verde e azul) não teremos tantos conflitos com elas

O livro Surrounded by Idiots de Thomas Erikson oferece um método para avaliar o comportamento das pessoas com as quais nos comunicamos. Este método pode ajudar a aumentar nosso entendimento de como as pessoas se comunicam além de melhorar a comunicação e cooperação com elas.Também nos dará mais autoconsciência

Os leitores do InfoQ podem baixar um trecho do livro.

O InfoQ entrevistou Thomas Erikson perguntando sobre o que direciona nosso comportamento, como pessoas podem usar diferentes máscaras, o método DISA/DISC, como as pessoas de diferentes cores se comportam e comunicam os problemas que podem acontecer, a criação de equipes diversas, e como os líderes podem lidar efetivamente com pessoas de cores diferentes.

InfoQ: O que te motivou a escrever esse livro?

Thomas Erikson: Tenho escrito romances policiais sobre um consultor de gestão e behaviorista, Alex King. Ele ajudou a polícia a prender bandidos usando uma ferramenta de avaliação comportamental baseada em quatro cores: vermelho, amarelo, verde e azul. Enquanto os leitores pareciam apreciar as histórias, muitos me perguntavam: A ferramenta usada pelo Sr. King nos livros parece interessante. Onde posso aprender mais sobre o assunto?

Como consultor, usei o método DISA/DISC por anos. Mas naquele tempo, não conhecia nenhum livro sobre o assunto, então decidi escrever um. Esse livro transformou-se no Surrounded by Idiots. E por alguma razão os leitores parecem ter gostado bastante.

Quando fiz a pesquisa para o livro, descobri que a Universidade Robert Morris estima que aproximadamente 50 milhões de análises de avaliações de comportamento baseadas na ferramenta DISA/DISC foram conduzidas ao redor do mundo. Podemos encontrá-las em 100 países e em cerca de 50 línguas. Muitas pessoas fazem e continuarão a fazer contato com eles. Então, pensei que poderia ser uma boa informação sobre o consumidor. E o interesse estava lá.

O maior valor que o livro trás é o insight que a melhor equipe é aquela que pode cooperar, o que requer uma comunicação efetiva. Seremos bons comunicadores se tivermos fortes habilidades sociais. Para mim, habilidades sociais tratam sobre o entendimento de como as próprias ações afetam as ações dos outros. Por isso, precisamos entender a nós mesmos. Habilidades sociais progridem com a autoconsciência. Quando a psicóloga organizacional Tasha Eurich fez um estudo sobre a autoconsciência, descobriu que mais de 95% das pessoas pensa que tem uma boa autoconsciência, mas somente 10 a 15% realmente tem. Aqui existe obviamente um enorme potencial.

InfoQ: Para quem o livro é destinado?

Erikson: Para aqueles que estão interessados em si próprios e para aqueles que ocasionalmente podem estar rodeados de idiotas. É um livro sobre diferentes comportamentos e uma variedade de estilos de comunicação, e tentei usar exemplos de situações de trabalho e da vida pessoal. Nos comunicamos a todo o tempo, então penso que o livro será útil para qualquer um que pense que sua comunicação pode melhorar. É fácil usarmos nós mesmos como referência, mas a má notícia é que apesar do quão fantásticos possamos ser, nós sempre seremos minoria.

Um ponto importante: o livro não foi escrito de maneira científica. Usei deliberadamente uma abordagem de leitura fácil, pois gostaria que a maior quantidade de pessoas conseguisse ler o livro. Mas depois, leiam outro livro, e outro. Vá a um seminário, faça um treinamento sobre o assunto. Nunca se é competente o suficiente quando se trata do comportamento humano.

InfoQ: O que direciona nosso comportamento?

Erikson: Nosso comportamento vem de nossas personalidades, que são formadas de uma combinação de hereditariedade e ambiente. Temos muito de nossos pais logicamente, mas provavelmente menos de 50%. O resto vem de como crescemos, como eles nos criaram, onde estamos na ordem dos irmãos, nossos primeiros anos na escola, e assim por diante.

Curiosamente, quando atingimos os 24-25 anos de idade, nós tendemos a não desenvolver mais nossa personalidade. Psicólogos debatem o motivo disso, mas aparentemente, ficamos mais rígidos quando envelhecemos. Isso não é amesma coisa que dizer que não há mais lugar para desenvolvimento. Aqueles que gostam de evoluir ao longo da vida estarão aptos para fazer com que isso aconteça.

InfoQ: Você menciona no livro que as pessoas podem usar diferentes máscaras. Como isso funciona, e qual efeito pode ter?

Erikson: Basicamente temos dois estilos diferentes de comportamento. O natural, conhecido como o verdadeiro eu, é quando não estamos usando máscara. Então temos o estilo adaptado, que usualmente é o que demonstramos no trabalho. Esse é o que chamo de máscara. Mas, muitos de nós possuem outras máscaras também. As máscaras podem surgir na celebração de Natal com os parentes do nosso cônjuge, por exemplo. Mas sob a superfície, haverá sempre o verdadeiro eu.

O desafio aqui é estar apto para sermos nós mesmos o máximo que pudermos e então não termos de usar nenhuma máscara. Mesmo que pareça clichê, será sempre melhor sermos nós mesmos. Se nos adaptarmos muito por muito tempo as pessoas ao nosso redor irão violar a nossa verdadeira personalidade. O que poderá gerar reações de estresse físico. E que no longo prazo pode nos deixar doente.

InfoQ: Como é o sistema DISA/DISC?

Erikson: Ele se baseia em extroversão versus introversão e tarefas de orientação versus orientação de pessoas. Isso nos dá os quatro principais ingredientes num estilo de comportamento individual. Vermelho para dominância, amarelo para inspiração, verde para estabilidade e azul para comportamento análitico.

É importante ter em mente que a ferramenta DISC descreve comportamentos e não personalidades.

Os vermelhos são muito orientados por objetivos e são competitivos. Atingir resultados é seu objetivo número um. Eles não têm problema de "contar a verdade". Algumas pessoas podem descrevê los como teimosos ou até agressivos.

Os amarelos são abertos, felizes, positivos e vêem oportunidades onde outros vêem problemas. Eles desfrutam da vida e estão sempre vendo o lado positivo das coisas. As pessoas poderão vê-los como falantes e por não levarem as coisas a sério.

Os verdes são amigáveis, calmos, carinhosos e generosos. Os melhores ouvintes! Eles irão sempre cuidar dos outros e se esforçarão para terem uma boa cooperação em equipe. Outros, principalmente vermelhos e amarelos, os vêem como imprecisos, desonestos e também como avessos à conflitos.

E os azuis, são orientados a detalhes, e necessitam de muitos fatos e provas para lidar basicamente com qualquer assunto. Buscam a perfeição e alta qualidade em tudo. Algumas pessoas os consideram inexpressivos e curtos e grossos, sempre presos à suas planilhas em excel.

Estatisticamente apenas cinco por cento da população demonstra apenas uma única cor. O mais comum são duas cores. Perto de 80 por cento da população do mundo industrializado demonstra duas cores.

InfoQ: Como as pessoas com comportamento vermelho agem quando algo precisa ser decidido?

Erikson: Rápidos e decisivos. Eles não hesitam muito, colocando a mão na massa rapidamente. Menos discurso mais ação. Assim é como deve ser feito! E então começam a correr. Outras pessoas podem ter dificuldades em acompanhá-los. Em uma equipe, existe o risco óbvio dos vermelhos deixarem os outros para trás, o que naturalmente, não é uma boa maneira de cooperar.

InfoQ: Como pessoas com comportamento amarelo inspiram pessoas?

Erikson: Com charme e um sorriso amigável. São excelentes comunicadores e farão todos se sentirem fantásticos. E nós nos reunimos a redor deles, porque emanam uma energia atrativa. São excelentes para falar, mas talvez não tão bons para fazer.

InfoQ: Como pessoas com comportamento verde reagem a problemas ou conflitos?

Erikson: Preferem se esconder num canto, para ser honesto. Conflitos são para criadores de problemas. Eles irão fingir que não estão vendo ou ouvindo nada. O jeito de eles dizerem "sim" enquanto significa "não" representa um pouco do desafio para as pessoas ao seu redor.

InfoQ: Como pessoas com comportamento azul preparam e desempenham atividades?

Erikson: Minuciosamente e com muito foco nos detalhes e riscos invisíveis que podem ou não estar lá em algum lugar. Controle do processo é a prioridade. Existe um alto risco deles nunca deixarem o ponto de partida, porque têm de checar as coisas novamente. E de novo.

InfoQ: Quais problemas de comunicação podem ocorrer entre pessoas de diferentes cores? Como devemos lidar com isso?

Erikson: Extrovertidos, os vermelhos e amarelos, claramente entendem um ao outro muito bem. O mesmo vale para os introvertidos, verdes e azuis. Os dois lados representam diferentes tipos de energia.

Os maiores desafios são quando combinamos os opostos. Os vermelhos são extrovertidos e orientados por tarefas, o que é um enorme desafio para os verdes que são introvertidos e orientados por pessoas. Os vermelhos vão atropelá-los, se não houver certa adaptação. E os verdes irão se fechar e deixar que os outros façam tudo, e nunca se esquecerão das injustiças. Os vermelhos consideram os verdes muito lentos, e os verdes podem ver os vermelhos como ditadores de coração frio. Ambos têm de se encontrar em algum lugar no meio disso. Os vermelhos precisam desacelerar e considerar que os verdes são orientados por relações, e os verdes precisam acelerar um pouco e perceber que os vermelhos não são orientados por relações.

O maior desafio, está entre os amarelos e os azuis . Os azuis são introvertidos e orientados por tarefas, e são muito interessados em detalhes e fatos. Como não demonstram as emoções, usam seus gráficos em excel. Eles também têm prazos históricos. Mas os amarelos, fazem tudo pelo instinto, detestando detalhes mas adorando anedotas e diversão. Quando esses dois tentam trabalhar juntos, um interessante atrito irá ocorrer. Os azuis vão descobrir que os amarelos só conversam sem agir, não são confiáveis de jeito nenhum, pois não conseguem nem encontrar os documentos corretos. E os amarelos acham os azuis robotizados, desprovidos de emoção e sem qualquer tipo de imaginação.

Essas duas personalidades também têm de fazer um esforço na direção do outro. Os azuis apenas devem entender como um indivíduo amarelo é mais conectado, acelerado, e usa uma linguagem corporal mais intensa além de permitir que a outra pessoa fale um pouco sobre ela mesma. E o indivíduo amarelo precisará desacelerar um pouco e checar os detalhes e fatos antes de correr para uma reunião com o azul. Demonstrar um pouco de paciência também é importante, além de não interromper. E não dar uma informação detalhada sobre como está se sentindo naquele momento.

InfoQ: Qual seu conselho para montar equipes diversas com pessoas de diferentes cores?

Erikson: Toda empresa eficiente precisa de diferentes comportamentos e estilos de comunicação a fim de visualizar uma situação de todos os ângulos possíveis. Isso é óbvio. Pessoas diferentes vêem as coisas de diferentes perspectivas. Nós sabemos disso, e não há nada novo nisso, mas nós tendemos a esquecer este detalhe no calor do momento. Quando temos diferentes tipos de cores ou comportamentos na sala, nós sempre teremos uma variedade de pontos de vista. A gerência não precisará pedir por isso; virá naturalmente.

Mas, isso é crucial. O líder da equipe deve ter a competência para lidar com todas essas diferenças. Como o grupo será liderado, é a chave para o sucesso.

InfoQ: Como os líderes podem lidar efetivamente com as pessoas de diferentes cores?

Erikson: Liderança é um processo de comunicação, e uma comunicação eficiente é baseada em fortes habilidade sociais. Quanto mais um líder entende sobre si mesmo e seus colegas de trabalho, melhor será a liderança.

A adaptação à cada cor é basicamente a mesma para todo mundo: aceleramos as coisas com os vermelhos, mas sejamos capazes de definir alguns limites. Inspiremos os amarelos enquanto os seguimos de perto para que não esqueçam das tarefas. Sejamos amigáveis e atenciosos com os verdes, mas não os deixemos escapar quando as coisas ficarem um pouco desagradáveis, por fim, precisamos agir baseado em fatos e controlar o caminho com os azuis mesmo que tenhamos de acelerá-los um pouco para alcançar as metas no prazo.

Em minha opinião, o líder tem a grande responsabilidade de fazer tudo funcionar. A melhor forma que sugeriria, seria ganhar uma forte autoconsciência. Os melhores líderes têm mais autoconsciência. O jeito mais eficiente para interagir com a equipe é entender como as pessoas nos percebem, e desse jeito saberemos qual adaptação poderá funcionar com qual indivíduo.

Sobre o Autor do livro

Thomas Erikson é especialista em comunicação pela perspectiva de liderança. Tem treinado mais de cinco mil executivos em habilidades de liderança. Erikson escreveu vários livros populares de ciência sobre comunicação e comportamento humano. Surrounded by Idiots é o livro de não-ficção mais vendido com mais de 1,5 milhões de cópias impressas em mais de 40 línguas. Surrounded by Psychopaths será lançado no outono de 2020.

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