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Entrevista sobre o livro The Technology Takers – Leading Change in the Digital Era

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Pontos Principais

  • Os Tech Takers adotam a tecnologia mais recente e adaptam os processos dos negócios para explorar os recursos existentes;

  • Tornando-se Tech Takers, a maioria das empresas pode maximizar a criação de valor comercial;

  • Ser um Tech Taker eficaz desafia os gerentes, não apenas do setor de TI, a aprender continuamente sobre novas tecnologias e a considerar suas possíveis aplicações;

  • A adoção de tecnologias de ponta requer inovação contínua e uma nova abordagem para o gerenciamento de mudanças;

  • A estratégia e a governança da tecnologia não podem ser delegados à TI, pois são uma responsabilidade de toda a empresa.

The Technology Takers - Leading Change in the Digital Era escrito por Jens Flanding, Genevieve Grabman e Sheila Cox explica como as empresas podem obter vantagem competitiva na adoção de tecnologia através da velocidade e flexibilidade, prescrevendo uma abordagem de gerenciamento de mudanças para adaptar os comportamentos no local de trabalho à tecnologia dominante no mercado e explorar ao máximo os benefícios da mesma.

InfoQ readers can download an extract of The Technology Takers.

Os leitores do InfoQ podem baixar uma amostra do livro neste link.

O InfoQ entrevistou Genevieve Grabman e Sheila Cox sobre o que são os Tech Takers e como criam valor com essa estratégia, os benefícios que essa abordagem pode oferecer e em quais habilidades da era digital as empresas precisam investir para construir a força de trabalho do futuro.

InfoQ: O que os motivou a escrever o livro?

Sheila Cox: Sou pioneira no campo de gerenciamento de mudanças empresariais e transformações de negócios orientadas pela tecnologia. E há alguns anos, estava convencida de que os princípios ortodoxos do gerenciamento de mudanças se aplicavam a todos os projetos de tecnologia, sejam SaaS ou desenvolvimento personalizado, cascata ou ágil. Após alguns meses após da implementação de certa tecnologia, reconheci que era necessária uma abordagem diferente para o gerenciamento de mudanças e ninguém estava escrevendo sobre esse tema.

Genevieve Grabman: Como gerente de políticas e riscos para empresas públicas, experimentei em primeira mão o que acontece quando as organizações deixam de considerar as implicações políticas da tecnologia. Queria ajudar os líderes a reconhecer que a tecnologia proporciona novos comportamentos, e nem todos estão alinhados com a missão e os valores da empresa. Diretrizes claras devem ser estabelecidas com antecedência evitar problemas judiciais e manter os clientes felizes.

InfoQ: Para quem o livro é destinado?

Grabman: Destina-se a executivos de negócios em pequenas e grandes empresas, sejam públicas ou privadas. Especialmente aqueles que se contentaram na posição de delegar todos os aspectos da tecnologia ao departamento de TI. Percebi que empresas de alto nível enfrentam problemas quando não consideram os riscos políticos da era digital.

Cox: É um livro para executivos de TI que estão tão ocupados lidando com questões de tecnologia que não têm tempo para abordar questões mais humanas, que sabem que a tecnologia por si só não agrega valor e que desejam preparar a empresa para capitalizar novas tecnologias mas não sabem por onde começar.

InfoQ: O que são os "Tech Takers"?

Grabman: "Tech Takers" é uma analogia a expressão "Price Taker", cunhada por Jens Flanding que levou à escrita do livro. Price Taker é um conceito simples da teoria econômica clássica: Um player num jogo político ou de estratégia de negócios que é limitado pelas características principais de um determinado mercado. O player deve se adaptar ao preço ou à tecnologia oferecida pelo mercado.

Cox: Os Tech Takers alcançam vantagem competitiva através da velocidade de implementação, pois não estão ocupados com a criação de uma solução personalizada. Em vez disso, adotam a melhor tecnologia disponível e adaptam os comportamentos no local de trabalho à essa tecnologia.

InfoQ: Quais mudanças são necessárias para permitir que as empresas criem melhor valor da melhor forma com a tecnologia disponível?

Cox: Tendo adotado uma estratégia de Tech Taker, os líderes da era digital reconhecem que, embora a missão e os valores gerais de uma empresa permaneçam constantes, liderar um ambiente de tecnologias em constante mudança requer um comportamento altamente adaptável. Ninguém pode se dar ao luxo de ter uma definição detalhada de estado futuro (a la desenvolvimento em cascata). Em vez disso, uma empresa deve estar preparada para evoluir, aprender e mudar continuamente, adaptando-se ou "adotando" novas tecnologias.

Essa mudança de cultura empresarial não pode ser realizada por meio de uma equipe temporária de gerenciamento de mudanças focada no treinamento e na comunicação para um único projeto de "transformação". Em vez de confiar apenas em consultores externos, às empresas com experiência em tecnologia criam uma função permanente de gerenciamento de mudanças (Change Management Function, CMF) e desenvolvem a capacidade de mudar continuamente.

Esse novo CMF é liderado por um membro da equipe de liderança com bastante experiência e realiza muitas atividades anteriormente conduzidas por equipes de gerenciamento de mudanças, de estratégia, de gerenciamento de projetos e até mesmo dos coaches executivos.

InfoQ: Como é a estratégia de um Tech Taker?

Grabman: Em poucas palavras, o argumento do livro é que aqueles que encontraram o sucesso demonstram altas taxas de adoção de tecnologia e adaptação comportamental. A estratégia do Tech Taker é uma escolha explícita entre o que chamamos de "fabricante, comprador, reparador ou desenvolvedor" para adoção de tecnologia e adaptação comportamental.

Uma empresa pode optar por ser uma desenvolvedora de tecnologia e, além de cumprir a missão da empresa, criar a própria tecnologia. Ou ela pode ser uma personalizadora de tecnologia e adaptar uma tecnologia existente para que atenda apenas às necessidades específicas da empresa. Aqueles que optam completamente por não usar a tecnologia moderna são reparadores de tecnologia. E companhias e líderes que decidem utilizar as principais tecnologias da atualidade e se adaptar aos requisitos dessas tecnologias são os Tech Takers.

Os líderes precisam determinar até que ponto adotarão as tecnologias dominantes no mercado e gerenciarão as mudanças relacionadas nas empresas. Para fazer essa escolha, é necessário usar um conjunto contínuo de cinco técnicas de gerenciamento de mudanças:

  1. Visualizar: Para tornar possível a adoção da tecnologia, procure o suporte e a visão de liderança de uma nova função de gerenciamento de mudanças;
  2. Governar: Estabelecer estruturas de governança para orientar a adoção de uma adaptação às tecnologias da era digital;
  3. Envolver-se: Patrocinar, decidir e dar suporte às mudanças em todos os níveis da empresa;
  4. Equipar: Invista para que as pessoas estejam equipadas com habilidades tecnológicas para o futuro;
  5. Medir: Medir a gerência. Passar de apenas observador da era digital para abraçar e participar da mudança.

InfoQ: Como os Tech Takers garantem a geração de valor?

Cox: Seguir o guia proposto no livro ajuda a garantir que o valor seja gerado. Das muitas tarefas na adoção de tecnologia, duas são críticas para a geração de valor. Primeiro, a liderança sênior deve concordar com um caso de negócios para a aquisição da tecnologia. Esse caso de negócio não focar apenas no retorno financeiro das tecnologias. Esta é uma estratégia organizacional para criar e manter vantagem competitiva. É necessária uma abordagem inovadora do portfólio. Essa estratégia é de propriedade dos principais líderes, por isso são os responsáveis.

Segundo a Função de Gerenciamento de Mudanças (Change Management Function - CMF) deve ter pessoas capacitadas, orçamento e poderes para trabalhar diretamente com a gerência sênior. Mudanças de mentalidade e comportamento começam do topo. O CMF é encarregado de desenvolver intervenções proativas de gerenciamento de mudanças que permitem a inovação e a criação de valor por meio da adoção de tecnologia.

InfoQ: Quais os benefícios que uma abordagem Tech Takers oferece?

Cox e Grabman: Os benefícios são:

Experiência aprimorada do cliente

O equilíbrio de poder mudou entre empresas e clientes. As demandas dos clientes mudaram, não por causa dos concorrentes diretos, mas devido à experiência do cliente em outros setores. O domínio global dos processos de smartphones criou nos consumidores a expectativa de ter escolhas.

Por exemplo, diante da mudança na demanda do consumidor, o McDonald's começou a eliminar as tecnologias proprietárias para pedidos no balcão e através de drives-thrus. Agora, os clientes podem usar a tecnologia de autoatendimento para personalizar o hambúrguer do McDonald's, em vez de mudarem para o concorrente.

Melhor tomada de decisão

Os gerentes de adoção de tecnologia têm acesso a dados em tempo real sobre operações dos negócios. Juntamente com uma análise eficaz, esses dados podem ajudá-los a testar suposições e desenvolver novas hipóteses.

A Scania, fabricante de caminhões, reconheceu a importância dos dados no transporte. Na Europa, um caminhão carregado com apenas 60% da capacidade é típico. A Scania construiu um banco de dados internacional para melhorar o gerenciamento da frota, rastreando velocidade, uso de combustível, desempenho do motor e técnica de condução, permitindo que os clientes melhorem as taxas de abastecimento e reduzam os custos.

Criação de valor

As novas empresas da era digital podem surgir, aparentemente, da noite para o dia, adotando novos modelos de comércio eletrônico. Aqueles que adotam modelos de negócios mais arcaicos e menos flexíveis enfrentam custos maiores, tempos de reação mais lentos e eventual perda da participação no mercado para concorrentes mais ágeis e modernos.

Tamara Mellon aprendeu sobre o setor de calçados de luxo na Jimmy Choo, que vendia sapatos por atacado para varejistas sofisticados. Quando fundou a própria empresa de calçados, Mellon adotou um novo modelo de negócios da era digital, direto ao consumidor. Usando dados em tempo real sobre consumidores individuais, a empresa pode reagir rapidamente. E a comunidade de investimentos tomou conhecimento, assim como milhões de clientes fiéis.

Mitigação de Riscos

A era digital apresenta riscos únicos para as empresas e também oferece ferramentas para o gerenciamento eficaz destes riscos. A adaptação a novas tecnologias limita o risco de desintermediação. As empresas preparadas para competir no mercado de hoje poderão fazer isso e não serão deixadas no lixo digital como a Kodak ou a Blockbuster.

As violações massivas de dados da empresa Desjardins e o abuso de dados dos clientes pelo Facebook são histórias para nos alertar sobre o fracasso de uma governança adequada na era digital. Uma governança forte e unitária pode controlar o risco de dados e privacidade específico das tecnologias baseadas na nuvem. O uso dessas tecnologias modernas permite às empresas utilizarem maneiras inovadoras de monitorar a conformidade dos funcionários com políticas, procedimentos e leis.

InfoQ: Em quais habilidades da era digital as empresas precisam investir para criar a força de trabalho do futuro?

Cox: Nossa pesquisa indica que as empresas devem considerar investimentos nas seguintes áreas:

Habilidades técnicas

As empresas precisam reconhecer que não podem treinar a força de trabalho em todas as habilidades técnicas necessárias. Quando uma empresa identifica um requisito de habilidade técnica e começa a oferecer cursos, essa habilidade já está começando a se tornar obsoleta. Em vez de tentar trazer tudo pra dentro dela, precisam se concentrar em fornecer oportunidades e orçamentos para os funcionários de todos os níveis buscarem o próprio treinamento.

Disciplinas de Gestão

São necessárias três novas disciplinas de gerenciamento. Os gerentes precisam:

  1. Reconhecer que manter as habilidades atualizadas faz parte do trabalho e que participar de um curso não é a mesma coisa que tirar um dia de folga;
  2. Avaliar explicitamente se os funcionários estão aprendendo e adotando as novas tecnologias. Isso inclui habilidades e atitudes;
  3. Ser modelos, demonstrando pessoalmente a vontade de aprender. Devem estar dispostos a ser iniciantes, em vez de evitar todas as áreas que não são especialistas.

Habilidades Fundamentais

Quaisquer que sejam as tecnologias que estão sendo adotadas, as empresas precisarão investir em habilidades fundamentais extremamente precárias, incluindo: Pesquisa, estatística, análise e apresentação de dados, lógica e pensamento crítico. Por exemplo, muitos gerentes não entendem que uma hipótese não pode ser provada, apenas refutada. Os Tech Takers descobrem maneiras de criar valor através de uma análise de dados eficaz. Observe os dados incorretamente, em níveis muito altos ou muito baixos de agregação, e teremos um problema!

Nota do editor: Jens Flanding não pôde ser entrevistado no momento da publicação.

Nota dos autores: As opiniões e pontos de vista expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem nem representam necessariamente as opiniões dos empregadores ou afiliações anteriores ou atuais dos mesmos.

Sobre os autores do livro

Jens P. Flanding é cientista político, consultor de administração e professor do United Nations System Staff College na área de projetos e gerenciamento de mudanças empresariais. Depois de começar como economista no Royal Holloway College e na McGill University, trabalhou como consultor de gestão na prática de consultoria de estratégia e operações da Deloitte. Possui mestrado em política e pesquisa e doutorado em ciência política pela London School of Economics.

Genevieve M. Grabman é advogada e especialista em planejamento estratégico, governança e gerenciamento de riscos. Mora em Washington DC, e prestou consultoria a empresas públicas, privadas, e sem fins lucrativos, além das Nações Unidas, ajudou a elaborar e aprovar políticas e procedimentos empresariais, leis e regulamentações nacionais bem como tratados internacionais. Possui mestrado em política e gestão em saúde pela Johns Hopkins University e obteve um Juris Doctor no Georgetown University Law Center.

Sheila Q. Cox foi palestrante em Harvard, consultora em gerenciamento de mudanças e especialista em adoção de tecnologia. Combinando experiência prática na implementação de sistemas de informação com uma compreensão profunda do comportamento empresarial, de equipe e individual, Cox fundou a Performance Horizons, uma empresa de gerenciamento de mudanças. Ajuda também as equipes de gerenciamento a criar culturas inovadoras e a se adaptar com sucesso às mudanças.

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