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O lado negro das metodologias ágeis: de má ideia a Santo Graal?

Em um controverso e irônico texto, o arquiteto e desenvolvedor Jordan Bortz, propõe recomendações para criação e promoção de uma nova metodologia ágil e ataca os rumos que o movimento tem tomado nos últimos anos. Entre as "recomendações" do autor para o sucesso de uma metodologia, estão (resumidas e parafraseadas):

  • Tenha um quadro, quanto maior melhor. Não importa realmente qual o tipo de informação que conterá, contanto que o quadro esteja presente;
  • Faça uso de post-its. Estão na moda, criam uma ideia de organização, de importância, e dão ao seu time a visibilidade necessária na empresa;
  • Faça reuniões diárias em pé, pois elas exalam agilidade. Além disto, a ideia de inspecionar o time diariamente agrada a grande parte dos gerentes tornando popular sua metodologia;
  • Faça uso de referências ao Japão, à Toyota; use o máximo de jargão em japonês que conseguir. Também não é preciso que as palavras utilizadas tenham alguma relação com o sentido original, somente as utilize;
  • Mude o nome de técnicas tradicionais como reuniões, post-its e quadros; use nomes modernos e originais. Se você disser ao seu chefe que quer colar posts-its em um quadro a ideia provavelmente será rejeitada, mas se estiver "utilizando Kanban como irradiador da informação", vai estar a caminho de ser promovido;
  • Lembre-se que você não está vendendo uma metodologia, mas sim revolucionando o mundo. Faça uso constante de referências inéditas e dramáticas para tornar sua metodologia única;
  • Convença os radicais a defenderem sua metodologia; eles utilizarão o seu tempo livre para palestrar e escrever posts defendendo suas práticas;
  • Utilize o medo, a incerteza e a dúvida para causar a impressão de que todos que não adotarem a sua metodologia irão falhar. Tenha em mente que há poucas evidências de sucesso absoluto geradas pela adoção de alguma metodologia; por isso não é necessário fornecer provas de sucesso. Muitos escolhem metodologias baseando-se exclusivamente na fé e podem agir da mesma forma com a sua metodologia.

Outros textos nesta mesma linha, questionando a interpretação do Manifesto Ágil por algumas comunidades, também podem ser citados: como exemplo o SCUM ("Escória) Certified Agile Master Certification Training de Scott Ambler e o "manifesto" de Zed Shaw.

Apesar de controverso, o post de Jordan reflete uma preocupação recorrente da comunidade ágil. Existe muito dinheiro em jogo quando o assunto é a adoção, treinamento e consultoria de metodologias de desenvolvimento de software, e muitos oportunistas estão se aproveitando das ideias do movimento para defender suas próprias causas.

E você, concorda com o sarcasmo de Jordan? Já viu alguma metodologia ágil ser oferecida como o próximo Santo Graal?

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