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Custo operacional de softwares desenvolvido por terceiros: Q&A com John Davis da easyJet

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No DevOps Enterprise Summit (DOES) em Londres, John Davis, arquiteto líder da easyJet, fez uma apresentação defendendo a relação entre o sucesso de um projeto com resultados operacionais e do cliente, contrapondo a visão tradicional de sucesso que é cumprir o prazo com o orçamento alocado. DevOps diz respeito a finalmente alinhar os objetivos de negócio com TI e a métrica de sucesso que importa é "o tempo entre criar uma hipótese de negócio e ter dados empíricos para prová-la ou não".

Estimar custos para um projeto é difícil, independentemente se esse projeto utiliza um framework de TI tradicional ou se a organização adota uma cultura "DevOps". No entanto, a natureza limitada dos microserviços pode facilitar a estimativa de custos inicial e testes automatizados de performance podem ajudar a estimar os custos futuros a partir dos serviços existentes. Além disso, também deve existir uma cultura de não encontrar culpados para que os envolvidos sintam se à vontade para apontar problemas com grandes impactos sem recriminação. Caso contrário, questões políticas podem evitar com que essas questões sejam evidenciadas.

Por fim, Davis disse acreditar que existe um valor claro em fazer parte da comunidade DevOps, encorajando nossos leitores a participar de conferências, engajarem-se em debates e compartilhar ideias. O conteúdo da entrevista pode ser encontrado abaixo:

InfoQ: Bem vindo ao InfoQ, John! Você poderia, por favor, compartilhar o resumo da sua apresentação no DevOps Enterprise Summit (DOES) em Londres e os pontos principais a serem absorvidos pelos presentes?

John Davis: Claro. A mensagem principal é que a estimativa de custos de um projeto é algo assustador. Isso inclui os custos operacionais que, embora discutimos como tornar esses custos mais relevantes, ainda precisam ser previstos. A minha apresentação também aborda como o uso de microserviços pode tornar essa estimativa mais fácil de ser realizada e também como é possível fazer a previsão de custos de serviços existentes através de testes de performance automatizados. Para pessoas envolvidas com grandes projetos, estes custos podem ser de centenas de milhares e até milhões de dólares, então chegar a uma projeção precisa é essencial.

InfoQ: Você se refere sobre os custos para uma organização mudar seu modo de trabalho para uma cultura "DevOps". Como seria possível calcular estes custos considerando que o mundo DevOps está sobrecarregado e pode ter significados diferentes para pessoas diferentes?

Davis: Uma mudança em direção ao 'DevOps' pode proporcionar maior clareza e rastreabilidade dos custos envolvidos, do ponto de vista de negócio até os custos de entrega. Além disso, eu proponho associar o sucesso de um projeto com resultados de negócio ou operacionais. ao invés da abordagem tradicional que considera apenas as variáveis tempo e orçamento para obter um melhor uso do capital investido.

InfoQ: Como o foco tradicional no fator 'orçamento anual' afeta os desafios de gerenciamento de custos? Na sua experiência, você vê com frequência a falácia dos custos irrecuperáveis no que se refere a capital investido em hardware legado?

Davis: Elaborar orçamentos anuais é um fator oneroso e eu abordo essa questão em minha apresentação. É necessário adotarmos um modelo em que sejam alocados recursos diferentes para as diferentes fases dos projetos. O uso de microserviços e a abordagem que eu apresento, permite o uso de dados empíricos para estimar os custos de operação.

A falácia dos custos irrecuperáveis existe e pode ser mais complicada do que um simples mal entendido. É necessário que exista uma cultura onde não haja a procura de culpados para que as pessoas sintam-se a vontade para abordar problemas de custos irrecuperáveis sem recriminação, senão questões políticas podem impedir que estes custos apareçam.

InfoQ: Com o crescimento da popularidade de plataformas em nuvem públicas e PaaS, quais são as informações e pontos críticos de decisão para uma organização no que se refere a construir ou comprar/alugar uma plataforma?

Davis: Eu acredito que a flexibilidade que as plataformas de computação em nuvem públicas oferecem já convenceu a maioria das organizações que IaaS é simples. PaaS gera mais discussões, pois existe uma preocupação com aprisionamento tecnológico ou 'vendor lock-in'. A 'containerização' ajudou a mitigar esse problema mas ainda existem algumas ofertas PaaS onde é difícil evitar o vendor lock-in como em soluções Serverless, por exemplo. O número de aplicações legadas existentes, é um fator óbvio de influência na divisão entre soluções baseadas em nuvem ou instaladas localmente. Mesmo em cenários assim, técnicas como o padrão Strangler podem facilitar uma migração para a nuvem.

InfoQ: Quais tipos de métricas ou KPIs uma organização deve acompanhar antes e durante qualquer migração em direção a uma nova plataforma (sendo ela interna ou na nuvem)? Qual seria a métrica mais importante que indica que uma organização obteve sucesso nessa migração?

Davis: Existem dois desafios principais. O primeiro é que a métrica mais importante será diferente para cada organização. Pessoalmente eu prefiro pensar que "O tempo entre a criação de uma hipótese de negócio e ter dados empíricos necessários para prová-la ou desaprová-la" mas poderiam ser outras bem diferentes para outras empresas.

O outro é como monitorar e rastrear os KPIs menos importantes. Existem várias novidades quando se fala de monitoramento. Tem-se visto exemplos de agrupamentos de dados heterogêneos para análise. Isso pode ocorrer com dados da aplicação, infraestrutura e negócio. Eu sugiro ir adiante e incluir dados do sistema de gerenciamento de projetos. Isso permitirá produzir métricas alinhadas com o "tempo médio entre a ideia e o resultado", o que seria bastante interessante.

InfoQ: De maneira geral, quão relevante é DevOps para organizações modernas que buscam maior agilidade, na sua opinião? Na sua experiência, o que seria mais importante em um ambiente empresarial: a necessidade de mudanças organizacionais ou tecnológicas?

Davis: Acredito que DevOps é extremamente relevante. Apesar da abordagem ser chamada de DevOps, eu acredito que finalmente os objetivos de negócio e IT estejam sendo alinhados. Talvez devesse ser chamado de BusIT!

Não é possível afirmar se as mudanças organizacionais são mais importantes que as tecnológicas, ou vice-versa. Se uma for realizada sem a outra, não haverá sucesso. É necessário se estruturar corretamente os requisitos, times, arquitetura e apoio dos níveis organizacionais mais altos.

InfoQ: Muito obrigado pela entrevista. Existe algo mais que você queira compartilhar com os leitores do InfoQ?

Davis: Gostaria apenas de encorajar a todos a serem parte da comunidade DevOps. Participem de conferências, debates e compartilhem ideais.

A conferência DevOps Enterprise Summit London ocorreu nos dias 5 e 6 de junho de 2017 no Centro de Conferências QE II. Detalhes adicionais podem ser encontrados no website IT Revolution Events.

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