BT

Disseminando conhecimento e inovação em desenvolvimento de software corporativo.

Contribuir

Tópicos

Escolha a região

Início Artigos Ágil Agnóstico: A chave para o sucesso da transformação Lean Ágil

Ágil Agnóstico: A chave para o sucesso da transformação Lean Ágil

Favoritos

Pontos Principais

  • A abordagem Ágil dogmática descrita no guia Scrum, não é Ágil além de ser um antipadrão.
  • Internalizar valores e princípios do Lean Ágil é a chave para sucesso da transformação Ágil;
  • A complexidade organizacional demanda uma abordagem multi-framework customizada pois cada empresa tem sua própria cultura, objetivos e problemas;
  • A teoria deve ser informada pela prática;
  • Agilidade significa um meio para o fim, e não o fim propriamente dito.

Os perigos do dogmatismo

Não é apenas do Scrum que preciso para ser Ágil? Talvez, mas provavelmente um único framework não será a resposta para a transformação Lean Ágil das empresas. Especialmente quando atingem os limites da TI para envolver a agilidade nos negócios das empresas.

Além disso existem vendedores dogmáticos que irão afirmar que o Scrum resolverá todos os níveis de problemas da equipe ou que escalar este framework atende todas as necessidades das escalas das empresas. Enquanto os ganhos são considerados, a verdadeira vantagem transformadora que direciona a empresa para a alta performance, 200x melhor que seus competidores exigem é uma abordagem pragmática Ágil Agnóstica personalizada para a equipe e toda a empresa.

Então por que isso? Primeiro vamos observar como o dogmatismo, aquela abordagem em que uma solução acomoda toda a transformação Lean Ágil da empresa. A principal razão para isso não funcionar é que cada empresa é única, mesmo que seja a mesma indústria. Cada empresa tem uma história única com sua própria cultura , desafios e objetivos.

As empresas acabam gerando prejuízo para si próprias quando implementam um framework somente por que foram convencidos por algum coach ou vendedor de que a ferramenta funciona em qualquer lugar e que é perfeita para à empresa por ser o modelo Spotify, Scrum, SAFe, LeSS ou outro framework que estão tentando implantar.

Foi realmente gasto algum tempo entendendo a história, cultura, desafios e metas? O Yahoo e o Google trabalham com engenharia de pesquisa e negócios agregados mas são empresas completamente diferentes. Além disso, em cada empresa existem grupos e departamentos com necessidades diferentes. Talvez o departamento de XYZ pudesse utilizar Kanban enquanto o ABC utiliza Scrum e XP juntos.

Segundo, uma abordagem dogmática em que uma solução acomoda todas as abordagens não permite à evolução Lean Ágil saudável sem restrições e a maturidade da equipe ou da empresa. Por exemplo, um empreendimento clássico de comando e controle pode estar inicialmente preparado para uma framework altamente escalável como o SAFe, entretanto, pode haver um ponto onde um modelo muito menos estruturado como Scrum@Scale ou Spotify seria mais apropriado. Neste caso a empresa precisa estar ciente de abordagens mais leves que podem ajudar em uma transição para a melhor abordagem para si.

Adicionalmente, uma abordagem dogmática onde uma solução acomoda todas as abordagens, não existe inovação, aprendizado e vai no sentido oposto dos princípios Ágeis como "Em intervalos regulares, a equipe reflete como se tornar mais eficiente, então sintoniza e ajusta seu comportamento empírico". Uma abordagem dogmática restringe os níveis de habilidade da equipe e da empresa nos "ajustes de comportamento empírico".

Infelizmente, a evolução natural e maturidade das equipes podem ser vista como uma violação do playbook ou do guia do framework e ser cortado pela raiz por um coach dogmático que força a equipe ser Ágil seguindo sua 'bíblia'. Insistir que é uma aquisição segura, que o playbook deve ser a única referência e qualquer outra coisa não seria o verdadeiro Scrum evita qualquer evolução e desfavorece profundamente a equipe e a empresa.

Uma abordagem dogmática centrada apenas em um framework também inviabiliza à independência da equipe e da empresa uma vez que ambos dependem do coach para ter certeza que estão fazendo a coisa certa.

Qualquer desvio é visto como falha e precisa ser reportada ao coach que irá atualizar à implementação do framework e colocar o projeto de volta aos trilhos. Este é o combustível que leva a mentalidade onde a equipe ou a organização enxerga o guia do framework como a definição de Ágil sem entender muito bem dos verdadeiros princípios e valores do Lean Ágil diminuindo o potencial do framework.

Também acabam perdidos sobre o fato de que Lean Ágil é um mindset com empoderamento cultural sobre os frameworks e não um framework específico. Não é por acidente que o primeiro item na lista de valores do manifesto Ágil é 'Indivíduos e Interações sobre Processos e Ferramentas'.

Agora que vimos por que um abordagem dogmática em que uma solução acomoda todas as abordagens é um antipadrão Lean Ágil e na verdade não é Ágil, veremos como a abordagem Ágil Agnóstica pode nos ajudar. Faremos isso observando como alguns princípios do ágil agnóstico facilitam e aceleram a transformação das empresas em sua evolução Lean Ágil. Este artigo contém minha própria interpretação e comentários para estes princípios, o texto original pode ser lido em Agnostic Agile.

Princípio 1: Colocar o cliente em evidência tornando-o independente

Além de adaptar uma abordagem multif-framework que se adeque ao cliente, colocar o cliente em evidência significa fazer com que a equipe e a empresa trabalhem independente do que o coach tem a ensiná-los. Uma evolução saudável da equipe significa que passaram por três fases, conhecidas com Shu-Ha-Ri. Esta evolução que também pode ser aplicada em toda a empresa.

  • No Shu os membros da equipe aprendem os frameworks que serão utilizados. Isso quando uma abordagem prescritiva for apropriada e requisitada.
  • No Ha a equipe está confortável com o framework e começa a ser Ágil. Eles estão internalizando os princípios e valores do Lean Ágil e utilizam este conhecimento para 'quebrar as regras' ou negociar com a área cinza, sempre fiel aos princípios e valores do Lean Ágil.
  • No Ri as equipes são realmente independente e alto-conduzidas para um ponto em que as especificações sobre o framework fornecido se tornam menos importante agora que se aplicam todos os valores e princípios aprendidos sobre Lean Ágil. A equipe adapta e mistura os frameworks para criar um ecossistema Lean Ágil único para suas necessidades, objetivos, ambiente e cultura. Assim foi como os modelos Scrumban e Spotify surgiram. A equipe ou organização não pratica mais Scrum ou Safe, eles praticam "Nosso Próprio Ágil".

O coach ágil agnóstico entende que uma das necessidades é ensinar frameworks diferentes, entendem que a abordagem de um único framework não é ideal e que os valores e princípios Lean Ágil devem ser ensinados junto aos frameworks. Além disso eles enfatizam que os valores e princípios são muito mais importantes do que um framework específico. Pessoalmente sempre recomendo as equipes e gerente que a melhor abordagem para qualquer problema, melhor comportamento em qualquer situação ou melhor resposta para qualquer pergunta é que refletir verdadeiramente os valores e princípios Lean Ágil.

Uma vez que a equipe estiver confortável com o framework e entender a importância dos princípios e valores ágeis, o coach ágil agnóstico fornece mentoria e conduz a equipe e a empresa por um caminho de internalização dos princípios e valores. Isso facilita a evolução para a fase HA. O coach irá desafiar a equipe, dentro de seus limites, a quebrar regras ou abordar a área cinza para garantir que aplicaram os valores e princípios em seu processo de tomada de decisões.

O coach ágil agnóstico saberá se equipe realmente internalizou, abordou e utilizou os valores e princípios em sua tomada de decisões. Agora que o coach ensinou a equipe a pescar ele pode sair e ver o pôr do sol, uma vez que a equipe é auto conduzida. Um bom coach se demite, um péssimo coach permanece e acaba criando uma dependência tóxica de si mesmo.

Princípio 2: Fazer o melhor complementando a teoria com experiência prática

Seu coach, instrutor ou Scrum Master tem experiência prática? O conhecimento teórico sobre diversos frameworks é necessário, porém não é o suficiente para quem oferece treinamentos, facilitação, mentoria ou coach. Experiência prática mostra o que realmente funciona, onde as armadilhas estão, o que ajuda e o que atrapalha, sobretudo qual a direção correta. Juntos a teoria e a prática reduzem o risco de fazer errado e aumentam a habilidade para entender os aspectos únicos do cliente, assim é possível modelar uma abordagem específica e única para este cliente.

Uma organização só pode ser beneficiada por seus coaches, Product Owners e Scrum Masters se eles tiverem uma base de conhecimento sólida sobre as melhores práticas de Lean Ágil e experiência prática Ágil. Assim eles saberão o que funciona, quando seguir ou não os guias e como responder situações em que framework utilizado não tem respostas.

É preocupante quando a equipe é guiada por alguém sem experiência e com treinamento de dois dias (CSM, PSM I). Outra coisa interessante é como as empresas nunca contratariam alguém sem experiência em uma função como GP Waterfall iriam contratar alguém sem experiência para a função de Scrum Master.

Mais preocupante ainda seria se alguém com quatro dias de treinamento (SPC4) estivesse liderando uma transformação Ágil em larga escala. Em muitos casos o instrutor certificado Scrum Master ou SPC4 não precisa ter qualquer experiência prática com Lean Ágil. Isso equivale à ensinar alguém a dirigir sem nunca ter dirigido antes. O instrutor só pode transferir o conhecimento prático se tiver praticado Lean Ágil no mundo real, nas trincheiras. Oposto do dogmático e que acredita que isso é parecido com jogo de Lego.

Princípio 3: Adaptar o contexto da agilidade

Como discutido na sessão 'Os Perigos do Dogmatismo', cada empresa é única, então tanto os desejos quanto os requisitos de uma abordagem Lean Ágil devem adaptar e respeitar esta singularidade. Isso não significa que um praticante ágil agnóstico tolera falta de crescimento ou aplicação não Ágil, entretanto, o praticante entende que a organização não evolui no mesmo nível e deve guiar de forma que não traumatize a empresa, as equipes e os indivíduos forçando-os a mudar muito rápido. A experiência e treinamento dos praticantes os faz entender quando é o momento ideal para acelerar as coisas. Essa experiência também permite que o praticante adapte e misture as técnicas Lean Ágil que irão funcionar no contexto da empresa.

Princípio 4: Entender as restrições que impedem o trabalho e removê-las

Respeitar a empresa, a equipe e os indivíduos, entender a cultura e o contexto único de cada empresa é a chave deste princípio. O respeito é importante, pois a empresa, a equipe e os indivíduos estão aprendendo a sobreviver e prosperar diariamente dentro de seu ambiente e cultura atual, onde os desperdício e outras disfunções se tornaram normalizadas e internalizadas. A ciência do cérebro ensina que pequenas mudanças são mais propensas ao sucesso.

O praticante ágil agnóstico compreende isso e modela sua abordagem removendo as restrições de forma apropriada, atacando o problema quando é necessário ou apenas sondando e levantando informações sobre o contexto quando necessário. Ele pode responder a pergunta: "O que temos para eles?" e dizer: "Me ajude a te ajudar." Seu mindset agnóstico e pragmático ajuda a equipe evitar as abordagens prescrições dogmáticas impostas que prejudicam qualquer transformação.

Princípio 5: Compartilhar, aprender e melhorar

Esta é a chave para o crescimento individual, da equipe e da empresa. Um praticante ágil agnóstico vai trabalhar para criar um ambiente, um mindset e um processo de suporte que possibilitem o compartilhamento, aprendizado e melhoria. Retrospectivas de equipes e múltiplos-times, treinamento formal e informal, associações, hack days, apresentações e palestras ou qualquer outra forma de aprender e compartilhar o conhecimento serão buscados. Este forma de criar e compartilhar conhecimento alimenta e facilita a transformação Lean Ágil.

O praticante ágil agnóstico não se sente ameaçado por outro praticante mais experiente e habilidoso, ao contrário disso eles irão recrutar aquela pessoa como mentor. Não importa o quão habilidoso e experiente, um praticante sabe que sempre haverá algo para aprender a partir de qualquer pessoa que eles interajam não importando o quão "junior" a pessoa seja. Aprendendo e aumentando seu conhecimento também aumentam o valor para a empresa ou cliente.

O praticante ágil agnóstico nunca se apresenta como um guru, porque isso cria uma barreira no compartilhamento do conhecimento, no crescimento das equipes, dos membros e de si mesmo.

Princípio 6: Respeitar os frameworks e seus praticantes

O praticante ágil agnóstico respeita todos os frameworks, disciplinas e seus praticantes como fornecedores das ferramentas que precisamos para facilitar a transformação da equipe e da empresa, além de criar uma cultura de empoderamento.

A limitação do praticante de um único framework é que ele deve ter uma atitude aberta e pragmática em relação a outros frameworks e disposição para trabalhar com estes praticantes, formando equipes multidisciplinares com um único objetivo de fazer o que for melhor para o cliente e respeitando sua posição em sua evolução organizacional.

O praticante ágil agnóstico normalmente conversa com o praticante de um único framework para ajudá-lo a ser mais aberto para trabalhos em ambientes com múltiplos frameworks.

Direcionando todos para uma atitude mais pragmática e de respeito mútuo, a empresa se beneficiará pois todos estarão focados em sua transformação ao invés de iniciarem uma guerra sobre o melhor framework.

Princípio 7: Reconhecer as incógnitas e procurar ajuda

Um praticante ágil agnóstico é humilde o suficiente para entender que não sabem de tudo quando buscam ajuda e conselhos de coaches e outros praticantes, sobretudo quando permitem que coaches e outros praticantes mais experientes ajudem em função do interesse do cliente. O praticante também sabe quando um especialista no framework precisa ser acionado, assim como um clínico geral que encaminha o paciente para um especialista.

Princípio 8: Nunca mentir ou esconder

Um praticante ágil agnóstico se comporta, em todos os sentidos, com total honestidade e integridade em função dos interesses do cliente, da equipe e dos indivíduos que interage. Se sua honestidade superestimou suas habilidades, ignorou alguma opção ou cometeu um erro sincero ele deve admitir e tentar corrigi-lo. Às vezes agir com integridade não vai de encontro aos interesses do cliente que finge ser ágil para atender algum requisito externo ou ordem executiva para ser uma loja ágil, entretanto, este cliente na verdade não tem a intenção de ser ágil. Honestidade e integridade são tão importantes a ponto de construir confiança e conseguir patrocínio necessário para o sucesso da transformação.

Princípio 9: Lembrar que a agilidade não é o objetivo final

É um meio para um fim, contudo, podem haver outros meios para o mesmo fim que façam mais sentido para o crescimento e a saúde geral do cliente. O praticante ágil agnóstico avalia a cultura, objetivo e problemas da organização para determinar se outras abordagens ou disciplinas são mais apropriadas. Por exemplo, uma cultura baseada em medo ou ultraconservadora, a abordagem Lean Ágil estaria condenada a falhar sem mesmo entender as questões sociais e psicológicas da empresa. Nestes casos a organização de beneficia realizando uma mudança organizacional, e especialistas em comportamento organizacional são mais interessantes do que embarcar em uma transformação Lean Ágil. Ao término do dia o objetivo final deve ser sempre o melhor para o cliente, mesmo que isso signifique indicar outros especialistas e ir embora.

Princípio 10: Entender que o dogmatismo não é ágil

Na primeira e na segunda seção deste artigo explicamos porque o dogmatismo não é ágil e viola os valores e princípios do manifesto ágil. O perigo do dogmatismo para a empresa também foi abordado.

Uma coisa que deve ser adicionada é o cuidado quando um pragmático e agnóstico precisa ter com dogmáticos, não se deve tratar dogmatistas de um único framework com desprezo. O praticante ágil agnóstico aceita as pessoas onde elas estão e são sinceras em suas crenças e são ágeis. É preciso tratá-los com o mesmo respeito de qualquer outra pessoa e manter um diálogo construtivo e respeitoso usando o manifesto ágil como base.

Princípio 11: Reconhecer que existe algo além da agilidade

Este princípio está relacionado ao princípio 9. Existem muitas áreas que um praticante ágil agnóstico poderia e deveria recorrer se for necessário. Isso inclui Lean, Design Thinking, Management 2.0 e 3.0, comportamento organizacional, psicologia, etc. Uma abordagem holística e apropriada para o cliente é a ordem do dia.

Princípio 12: Retribuir a contribuição da comunidade

O praticante ágil agnóstico entende que a comunidade lhe forneceu conhecimento e suporte ao longo dos anos. Para agradecer eles escrevem, postam, fornecem mentoria e suporte quando necessário. Ele encontra tempo para os colegas praticantes e para aqueles que estão embarcando na jornada Ágil. Essa atitude beneficia o cliente, uma vez que os praticantes aumentam seu conhecimento sobre o processo de retribuir, além de aumentar o nível médio de conhecimento disponível nas comunidades ágeis.

Resumo

Uma abordagem Lean Ágil agnóstica vai acelerar a transformação Lean Ágil modelando uma nova abordagem específica para a cultura, objetivos e problemas singulares da empresa. Além disso, foca nos princípios e valores ágeis ao invés de um framework específico, uma abordagem agnóstica ajuda a empresa, a equipe e os indivíduos a desenvolverem e internalizarem o mindset Lean Ágil. A combinação de uma abordagem pragmática, centrada no cliente e enfatizada no "Ser Ágil ao invés de fazer Ágil" evita os perigos de uma dogmática centrada em um único framework. Para mais informações sobre abordagem agnóstica Ágil entre em contato como autor e visite o website.

Sobre o autor

Tim Guay é perito nas boas práticas Lean Ágil com experiência comprovada como praticante, instrutor e coach. Com experiência em introduzir Ágil e Lean nas empresas, oferecendo treinamento e coaching sobre agilidade e lean, além de introduzir as melhores práticas de DevOps. Ele tem sido um praticante, instrutor e coach ágil em diversas empresas, desde startups até corporações da Fortune 50 desde 2002. Tim se apresentou em conferências, desenvolveu cursos e publicou artigos de diversos de tópicos sobre o Lean Agile. Ele participa do Comitê de Certificação DevOps Track do ICAgile, ele foi um dos primeiros signatários do Agnostic Agile Manifesto.

O e-mail de contato com Tim é timothyguay@yahoo.com, sinta-se livre para contactá-lo também no linkedin LinkedIn onde é possível acessar muitos de seus artigos e slides das conferências.

Avalie esse artigo

Relevância
Estilo/Redação

Conteúdo educacional

HTML é permitido: a,b,br,blockquote,i,li,pre,u,ul,p

HTML é permitido: a,b,br,blockquote,i,li,pre,u,ul,p

BT