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Evolução e poder das redes sociais

Desde o final dos anos 90 e início dos anos 2000 a internet veio com uma grande evolução dos seus sites e os famosos portais que na época dominavam a maior parte da rede. É possível e fácil lembrar alguns portais que ganharam uma dinamicidade muito grande e expandiram-se em pouco tempo, como Terra, Yahoo, Abril, Globo, etc. Tais portais funcionam como utilitários de informação com notícias, imprensa, atualidades e entretenimento.

Na mesma proporção em que estes portais evoluíram surgiu a necessidade do controle das informações neles contidas. Com isso surgiram os motores de busca. O Cadê, depois comprado pela Yahoo, foi talvez o portal de maior fama no Brasil de 1995 até a popularização mundial do Google, uma vez que este tomou real força internacional em meados de 2002.

Seguindo a linha do tempo de evolução da internet, depois de 2002 ela foi ganhando cada vez mais rapidamente novos nichos e um deles, hoje o principal, é a livre e aberta divulgação das opiniões, do compartilhamento entre o dia-a-dia das pessoas e as informações pessoais destas. A partir dessas opiniões e informações, foram surgindo novas necessidades, com isso novas ferramentas, e novamente novos nichos, mais e mais necessidades e ferramentas, formando assim um longo círculo vicioso.

As lojas virtuais já eram muito conhecidas e confiáveis, pois conseguiam driblar muitos problemas de segurança, porém pecavam nos serviços de logística e informação. Havia um processo mais burocrático do que é processo de compra pela internet hoje, as lojas não possuíam tantas informações sobre seus compradores e nem forneciam tantas informações sobre seus produtos. Aos poucos isto foi evoluindo e as compras pela internet entraram em uma grande crescente.

Nesta mesma época os blogs e fotologs eram febre e representavam cerca de 50% do conteúdo na internet. Porém, estas ferramentas eram isoladas, e seus usuários e freqüentadores ficavam distantes. Por exemplo, uma pessoa que visitava um blog X de um admirador de música de um gênero específico não tinha as ferramentas necessárias de conhecimento para saber que outro visitante também visitava o blog Y sobre o mesmo gênero de música. Ou seja, sem os motores de busca, sem o usuário sair de um blog para realizar a nova busca, era impossível obter conhecimento sobre outros blogs e outros admiradores daquele assunto. O ICQ e o Messenger tomavam conta dos chats em todo o mundo e eram frequentemente utilizados para essa troca de conhecimento.

Mesmo assim, os blogs e os chats não tinham ligações entre si e nem seus usuários podiam compartilhar mais conhecimento com usuário semelhantes. A ferramenta mais próxima das noções de redes sociais, em utilização desde 2001, era a Wikipedia, que surgiu justamente como uma forma de as pessoas compartilharem seu conhecimento sobre os mais diversos assuntos, podendo criar seus próprios artigos ou adicionar conteúdo em alheios. Pode-se dizer que a Wikipedia, apesar de todos os problemas enfrentados, é a “rede social” que mais cresceu e cresce no mundo, pois dentre seus principais fatores, possui conteúdo informativo adicionado praticamente em tempo real ao ocorrido. Mesmo assim, a Wikipedia não era focada no usuário, e assim não havia como obter informações detalhadas sobre o outro.

Continuando o raciocínio, juntaram-se a criação dos portais com a evolução das redes de pesquisa, com a evolução dos chats e suas ferramentas mais utilizadas, com a enorme presença da Google na rede mundial, com a criação dos novos nichos, com o foco na divulgação de opiniões e informações pessoais e finalmente chegou-se ao termo que conhecemos por redes sociais.

A primeira grande rede a fazer sucesso no Brasil foi sem dúvidas o Orkut. Esta foi uma grande brecha que a Google encontrou para trazer seus usuários mais próximos dela e mais próximos entre os próprios usuários. Inicialmente, o Orkut servia para centralizar as informações contidas em toda a rede e relacionadas através do motor de busca do Google e fazer com que usuários de comum interesse pudessem compartilhar experiências e conhecimento. Tudo isso foi feito baseado em um conceito de que cada pessoa está ligada a outra pessoa semelhante em apenas 6 ligações, ou seja, seguindo a relação amigo de um amigo de um amigo, e assim 6 vezes adiante. Para realizar estas ligações, foi utilizado o conceito de perfil de usuário e sendo assim, cada usuário possuía um quadro de identificação e informações bem completo. É claro que na maioria dos países esta rede não virou uma solução, mas sim um problema.

O mundo não estava preparado para o compartilhamento de informações de maneira tão aberta e intensa. Surgiram perfis falsos, pessoas que se passavam por outras, os chamados “seqüestros virtuais”, utilização indevida de imagens de usuários, etc. Somente depois de muito estudo e trabalho da Google, uma parte destes casos foi solucionada de uma maneira provisória, adicionando os bloqueios de perfis, as acusações de falsidade, opções de privacidade, etc.

Em 2004, o Orkut já era referência de rede social. Vários portais de redes sociais surgiram como clones da primeira ferramenta, principalmente nos países de maior utilização em relação a sua população total (Brasil, Índia e Paquistão), mas pouca gente quis migrar. O Orkut era uma ferramenta muito completa, que fornecia tudo que os usuários precisavam e possuía um banco de dados muito completo. Não era muito interessante para os usuários informar todos os seus dados e realizar todas as ligações novamente. É interessante, ainda, observar que nos países mais desenvolvidos as redes sociais demoraram a se fixar e ganhar utilizadores, além de demorarem a serem vistas como ferramentas.

Em 2005, enquanto a Google investia em diversas outras ferramentas para usuários, além de investir na sua rede social, o Facebook tomou um rumo bem interessante. Surgiu ainda em 2004 como um projeto de estudantes nos EUA para diminuir a desconfiança das pessoas em utilizar os portais e trazer de maneira mais agradável, novos usuários para as redes sociais. O Facebook possuía como diferencial a maior facilidade de manipulação de imagens dentro do seu portal. A maioria dos usuários começou a utilizá-lo como um álbum de fotos, o que criou mais um nicho para o mercado da web. Foram ganhando força, então, algumas ferramentas não tão conhecidas ainda, como o Picasa, da Google, e o Flickr, ambas específicas para imagem.

O Facebook havia passado por momentos cruciais em seu desenvolvimento e sofria com as conseqüências. As divergências entre seus criadores, acusações de roubo de código, entre outros problemas fizeram com que a ferramenta não fosse muito bem vista fora de seu país nativo. No Brasil, o Orkut ainda dominava, mas novas ferramentas continuavam crescendo.

Em 2006, surgiram muitas novas redes, cada uma com seu propósito, algumas com ideias muito inovadoras. Destas, algumas sobreviveram, outras não, mas podemos destacar como principal referência o Twitter. O Twitter fornecia inicialmente um serviço com foco aos usuários de blog, fazendo com que pudessem distribuir informações globais ou de cunho pessoal de maneira fácil e rápida. Ao invés de publicar textos enormes, o usuário poderia publicar pequenas frases de no máximo 140 caracteres. Isso agradou logo de cara cerca de 90% dos usuários da internet que já possuíam perfis em redes sociais.

Com o passar do tempo, mais e mais utilizações para o Twitter foram encontradas e muitos novos serviços foram criados em cima dele. Aos poucos esta ferramenta e outras redes sociais começavam a tomar um formato mais “social”. O grande passo das redes sociais que iniciou em 2006 e continua até hoje em constante evolução é a integração entre redes sociais. Ainda se falava muito em Web 2.0 e de fato se trabalha até hoje com ela, mas a ideia de Web 3.0 começava a ganhar força e agradar tanto desenvolvedores quanto usuários.

A grande diferença da Web 2.0 para a 3.0 é justamente esta integração. Enquanto aquela é voltada ao compartilhamento de informações, esta é voltada à integração delas. Hoje, estamos no meio de um processo de transição entre estes dois termos e podemos notar que a grande parte do preconceito com as redes sociais e a criminalidade nelas diminuiram muito. Aquele fator comentado anteriormente que um usuário de um blog não possuía informações de qual outro blog freqüentar ou o que outros usuários daquele blog gostam já não existe mais. Pode-se dizer que a nova web já está praticamente toda relacionada e todos seus novos serviços estão interligados.
O Facebook tomou força no Brasil e nos demais países que utilizavam o Orkut como principal rede social por 2 fatores.

O primeiro, por ter implementado um serviço de segurança muito mais agradável e eficaz que o Orkut. E segundo, por ser mais conectado com outros serviços web do que outras. O Orkut também fornece estas integrações, porém, um usuário com perfil do Google o utiliza muito mais para compartilhar informações entre os serviços da própria Google (Talk, Buzz, GMail, Maps, Analytics, AddWords, etc...) do que com outras redes. Já nas redes mais “abertas”, como Twitter, LinkedIn, Behance Network, Flickr, Foursquare, pode-se criar um perfil em cada uma delas e os interligar. Tudo isso é baseado em serviços que podem ser desenvolvidos dentro dessas redes sociais de maneira aberta.

Com esses fatos podemos destacar a principal utilização e poder das redes sociais. Elas transformaram e continuam a transformar a internet. Quem possui um perfil nestas redes possui muito mais informações para desfrutar, consegue se aproximar muito mais de artistas, empresas, pessoas e conteúdos que mais gosta, além de estar cada vez mais seguro de estar adicionando informações pessoais. Existe uma estatística que visa a diminuição da informação da informação, o que pode ser um ponto contra toda esta evolução e as redes sociais, mas é uma realidade inegável, pois a informação é cada vez mais fácil de conseguir e fácil de divulgar.

A cultura, internacionalmente falando, está cada vez mais nas mãos de quem utiliza a internet e cada vez mais estes utilizadores estão sabendo como manusear estas informações. A evolução da mentalidade publicitária das empresas e a evolução da tecnologia, como a velocidade de conexão e o código aberto estão colaborando muito para que todo e qualquer conteúdo esteja na internet, seja por meio de softwares, games, portais, mas quase tudo ligado às redes sociais.

Um grande exemplo a ser destacado é a utilização das redes sociais por empresas de grande porte. Por exemplo, os casos da Dell e Submarino, ambas possuem um case de sucesso em comum que foi a utilização do Twitter. Enquanto a Dell aumentou sua receita em mais de U$ 1.000.000,00 com a sua “entrada” na ferramenta, o Submarino continua realizando diversas promoções específicas para seus seguidores e com isso conseguindo ainda mais clientes e simpatizantes. Além disso, graças aos perfis de usuários possuídos pelas lojas, é possível que estas empresas realizem campanhas exclusivas de mala-direta, direcionadas aos usuários através da coleta de informações como, por exemplo, os produtos que o usuário mais acessa, mais consulta ou até pelas compras iniciadas e não finalizadas.

Para um futuro muito próximo, pode-se prever as redes sociais como fundamentais para a divulgação das informações (e infelizmente pela desvalorização rápida delas). Hoje já existem muitas maneiras de uma pessoa conseguir centralizar todo o conteúdo de seu interesse, como a utilização de computadores portáteis, computadores embutidos, além dos tablets, que hoje são as principais ferramentas para isto. Existem muitos softwares que realizam a integração entre as redes sociais nessas diversas plataformas citadas, como o iPad, e que podem rodar e serem integradas em diversos sistemas operacionais como o MacOS, o Android e o próprio Windows 7 que já está abstraindo estas integrações como serviços. Serão vistos cada vez mais serviços de integrações surgindo ao invés de mais novas redes sociais.

Serão vistos cada vez mais novas utilizações para os novos nichos e novas ferramentas envolvendo o conteúdo existente. Hoje já existe, por exemplo, maneiras de como ganhar dinheiro com as lojas virtuais, realizando planos de parceria e integração entre seus perfis nas lojas e seus perfis nas redes sociais. Estes são os principais pontos positivos e algumas desvantagens, além do que deve-se observar como grande futuro falando sobre as redes sociais. A integração, a informação e o conhecimento são as palavras-chave e serão cada vez mais constantes e necessárias, além do que é muito importante que as pessoas saibam como utilizar estas redes de maneira sadia e a favor da evolução e da internet.

Basta saber como utilizá-las, as novas tecnologias investirem nos novos nichos e na segurança para eles, que a internet seguirá sendo cada vez mais fundamental e será cada vez mais agradável compartilhar informação e conhecimento para desenvolvimento pessoal e, por que não, conseguir resolver os principais problemas existentes na humanidade.
 

Referências

http://imasters.uol.com.br/noticia/12423/tendencias/loja_submarino_faz_promocoes_via_twitter/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_3.0

http://twitter.com

http://facebook.com

http://www.google.com.br/intl/pt-BR/options/

http://www.w3.org/

http://www.infoq.com/

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