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Adoção de Agile em Ambientes de Medo

Nem sempre é efetiva a transformação proposta pelo Agile ou sua adoção no ambiente de trabalho. Haveria pontos em comum nos casos de fracasso e estaria o medo relacionado a isso? Opiniões variam sobre o impacto dos diferentes tipos de medo sobre o sucesso com Agile:

Jim Highsmith argumenta que o medo de fazer escolhas tem, talvez, o mesmo impacto que o tradicional medo da mudança: 

Agilidade, flexibilidade, adaptação e dinamismo são todas palavras usadas para incentivar pessoas e organizações a serem mais responsáveis sobre as turbulências no ambiente de negócio. Ridicularizamos aqueles que vemos como resistentes à mudança, mas talvez o "medo da escolha" atrapalhe tanto quanto o "medo da mudança". No livro Linchpin, o autor Seth Godin escreve que empreendedores e líderes que geram alto valor para suas empresas geralmente realizam as mesmas tarefas que o resto de nós, exceto por 5 minutos do dia. Nestes 5 minutos, são de alguma forma capazes de eliminar milhares de escolhas possíveis e escolher aquela que gera valor. Para outros, esta abundância de escolhas é paralisante. E é o medo da escolha que os detém. 

Radu Davidescue escreve que a adoção do Agile precisa de um ambiente livre de medos:

Ambientes ágeis precisam ser lugares sem medos. Quando as pessoas perdem o medo, tornam-se mais criativas e se unem mais facilmente para trabalhar em equipe. Obtém-se maior confiança quando há menos medo e passa-se mais tempo trabalhando do que lidando com receios. 

Naresh Jain fala sobre o medo de fracassar como um dos principais obstáculos para o sucesso na adoção do Agile na Índia:

Ao adotarem Agile, as empresas se deparam com várias preocupações e dúvidas. Um tema recorrente que tenho visto é o medo de fracassar, que leva a uma adoção disfuncional do Agile. As equipes escolhem o que é simples de fazer e o que cabe em seus modelos existentes, buscando reduzir riscos. Com esta abordagem, indivíduos e empresas deixa, de obter os reais benefícios das práticas ágeis. 

Michael DePaoli argumenta que o medo é uma generalização excessiva do motivo para o fracasso, pois profissionais competentes geralmente lidam bem com o medo. Ele argumenta que principal problema é o modelo risco/recompensa:

Ao examinar os impedimentos para a adoção do Agile, é necessário usar uma perspectiva que vá além do medo, porque nem todos têm medo da mudança. [...] Verifique, se puder, como a gerência é remunerada em sua empresa. Depois de 25 anos na indústria de software, tenho me espantado ao ver como incentivos (bonificações) são vinculados a orçamentos e a cronogramas de reuniões – ao invés de serem relacionados à entrega de valor e de qualidade. Isso frequentemente resulta em ações e comportamentos contrários à mudança.

Isso, na minha opinião, é baseado em um grande desafio psicológico que vai além do trabalho... A ilusão de controle! Se não podemos sequer controlar o que acontece em nossos próprios corpos, como podemos controlar como e quando um grupo de pessoas irá interagir e o que exatamente irão produzir? Mas é nisso que é muitas vezes baseada a remuneração. 

Como se vê, há várias opiniões sobre o impacto do medo nas iniciativas para a adoção do Agile. Também restam muitas questões não respondidas, sobre como especificamente lidar com medos. Como ficam as culturas nas quais o medo está enraizado? E se não houver outra maneira, pelo menos no curto prazo, de resolver ou tratar o medo? Nesses contextos, as iniciativas de Agile ainda poderiam ser bem sucedidas?

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