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Arquitetura Corporativa como Estratégia

Arquitetos Corporativos atuam com as partes interessadas para construir a visão global de uma empresa e fazem a ligação entre a missão empresarial, a estratégia e seus processos, alinhados com a estratégia de TI.

Devido a natureza do cargo de Arquiteto Corporativo se estender por todas as áreas de uma empresa, e a eventual reestruturação de toda a empresa, um arquiteto corporativo precisa servir como um líder, coach, agente de mudança, especialista em processos de negócios ou pelo menos buscar ter experiência no negócio ao qual está inserido.

Jeanne Ross, diretora e pesquisadora sênior no SystemResearch no MIT, declarou durante uma conferência em São Francisco para o Open Group que as apostas são altas para a arquitetura corporativa e que os arquitetos corporativos precisam usar seus conhecimentos para ajudar suas organizações na melhor utilização de novos serviços e inspirar um "ciclo de valor".

Libertando-se de um passado em silos o qual era um cenário comum nas áreas de TI, as empresas agora estão avançando para processos orientados a serviços de negócios utilizando vários recursos. Mas essas empresas precisam reconhecer as forças em torno do consumo de tais serviços e não apenas sua implementação e é nessa tarefa que a Arquitetura Corporativa se encaixa.

O Arquiteto Corporativo

No cenário descrito no parágrafo anterior, um Arquiteto Corporativo ajuda a empresa e suas áreas a criar uma sinergia maior, capaz de fortalecer os valores que a empresa entrega interligando todas as unidades empresariais, sugerindo soluções que os líderes dessas unidades organizacionais sozinhos não seriam capazes de enxergar.

Um Arquiteto Corporativo acaba por proporcionar um mapeamento completo de todos os sistemas, sua utilização, as integrações internas e externas que estes sistemas proveem e com isso, consegue "interligar" todos os interesses da empresa levando a uma diminuição de custos, melhor velocidade na entrega de soluções ou mesmo na mitigação de erros e riscos oriundos de decisões isoladas.

Muitos projetos de TI fracassam como resultado da falta de uma cooperação entre a área de negócios e a de TI, ou devido à adoção de uma estratégia errada. Líderes de TI muitas vezes lutam para justificar investimentos em projetos, mesmo quando não possuem evidências anteriores para apoiar a alegação de que a adoção de uma abordagem de arquitetura em particular irá agregar valor no resultado final da empresa.

Nos últimos 2 anos, a busca por profissionais com habilidades para arquitetura corporativa vem tornando-se cada vez mais indispensável devido a percepção das empresas da necessidade de ter em seus quadros, profissionais que consigam trabalhar confortavelmente junto às áreas de tecnologia e processos e conversar no mesmo nível com profissionais de negócios e da alta gestão.

As tendências apontadas em ferramentas como indeed.com, mostram um crescimento estável nos últimos dois anos no oferecimento de vagas para profissionais com habilidades para exercer este papel.

E como encontrar um profissional com todas essas características?

Este é o ponto, segundo Tony Chong Arquiteto Corporativo na Exxon Mobil Corporation. Segundo ele, um Arquiteto Corporativo é capaz de liderar com influência, é apaixonado, persistente, inovador e estratégico, curioso, articulado, persuasivo e politicamente astuto. Ele é um negociador eficaz e capaz de se envolver de forma significativa em uma discussão mesmo que esta discussão pertença a diferentes níveis da organização. Deve possuir também uma boa visão de negócios e ser hábil na disciplina de gestão.

Durante o curso O lado leve do Arquiteto Corporativo em Singapura Tony declarou que:

Geralmente o conhecimento técnico e as habilidades podem ser adquiridos com uma boa formação. No entanto qualificações consideradas mais "leves", como ser interpessoal, possuir habilidades de comunicação, de gestão e de liderança tendem a ser características inatas.

Ainda segundo Tony Chong, para conseguir um arquiteto com as características descritas em sua citação, a empresa precisa de um programa de desenvolvimento sistemático, holístico e deliberado, capaz de abranger todos os aspectos, desde as qualificações essenciais, tais como competências técnicas, know-how além das competências leves citadas anteriormente para monitorar e preencher as lacunas existentes nas qualificações individuais.

Tópicos importantes em Arquitetura Corporativa

Alguns tópicos são especialmente relevantes ao se formar uma governança empresarial com a adoção de uma arquitetura corporativa. O alinhamento do negócio, a escolha de um framework arquitetural, o gerenciamento de projetos e a otimização de todos os processos da empresa conforme destacado a seguir.

Alinhamento com os Negócios

Para alinhar as estratégias de negócios e TI, arquitetos corporativos trabalham em estreita colaboração com os gerentes de departamento para identificar suas necessidades. Eles se responsabilizam pela estratégia de crescimento da empresa e constroem um plano de negócios para futuros investimentos em TI. Identificam os custos e benefícios de diferentes soluções de TI além de apresentarem suas propostas aos gerentes de departamento e da equipe de alta gestão. É importante destacar que, alinhar os objetivos de negócio com os objetivos tecnológicos é vital. Segundo relatório publicado pela Software AG, cerca de 2/3 dos projetos de TI não conseguem atingir suas metas ou são cancelados por falta de alinhamento com as áreas de negócios.

Framework Arquitetural

Arquitetos Corporativos criam um framework de arquitetura para a empresa como um todo. Estabelecem os princípios de design e padrões que fornecem diretrizes para o desenvolvimento detalhado de especialistas, como arquitetos de software, arquitetos de rede ou operações e aconselham a alta gestão em uma estratégia de investimento em TI para garantir que as decisões de investimento estão alinhadas com o framework arquitetural.

Gerenciamento de Projetos

Arquitetos corporativos desenvolvem um plano por fases conhecido como roadmap, para introduzir as alterações necessárias à arquitetura. O plano define as datas mais importantes para a atualização ou substituição de instalações de TI existentes e aquisição de novas soluções tecnológicas. Os Arquitetos Corporativos trabalham como especialistas na equipe de TI para colocar o plano em ação, revendo planos detalhados e avaliando as soluções tecnológicas propostas pela equipe para garantir que eles se alinham com a arquitetura global da empresa.

Otimização

Reduzir o custo total das operações de TI é uma das responsabilidades mais importantes para os Arquitetos Corporativos. É um de seus objetivos consolidar diferentes soluções por meio da introdução de produtos construídos com padrões estabelecidos para toda a empresa e que possam reduzir o número de fornecedores o qual a empresa precisa lidar. Esta iniciativa é importante para influenciar os demais envolvidos na reestruturação e criação da Arquitetura Corporativa e para que possam aprender como toda a empresa irá crescer e se conectar. O objetivo da introdução de produtos com um padrão é de eliminar custos com treinamentos e suporte para vários sistemas uma vez que todos estarão envolvidos na construção de um produto ou serviço seguindo um padrão já estabelecido.

E qual o papel que um Arquiteto Corporativo desempenha?

Arquitetos Corporativos precisam observar e mapear todos os aspectos relacionados a um grupo empresarial e são, na maioria das vezes, contratados para entregar esse mapeamento que envolverá um levantamento minucioso dos aspectos organizacionais de uma empresa. Dentre suas atribuições, ele precisa levantar métricas quantitativas e qualitativas da arquitetura atual para que seja possível saber qual processo pode ser melhorado ou mesmo para que seja possível sugerir melhorias necessárias para a arquitetura existente.

Um arquiteto corporativo auxilia no processo de tomada de decisão de investimentos para que esses investimentos possam apoiar a missão e as estratégias da empresa. Este auxilio e apoio, inclui desde o roadmap que irá identificar os projetos candidatos assim como também identificar os problemas de governança que impedem a empresa de alcançar seus objetivos.

Arquitetos Corporativos podem também fazer um rastreamento de tecnologias criando com isso um processo de gerenciamento da inovação que dê suporte às empresas. Com isso, o planejamento é direcionado por meio de técnicas como modelo de capacidade empreendedora que prove uma base para identificar e entregar resultados e desta forma prever que soluções criadas em uma área de negócio podem ser reutilizadas em outras áreas.

Por que adotar Arquitetura Corporativa tornou-se interessante?

Analisando informações sobre livros publicados no visualizador ngram do Google, é possível verificar que a palavra arquitetura, era um termo de uso estável até 1980, teve um crescimento lento no decorrer desta década e um forte aumento durante a década de 1990 permanecendo com seu crescimento estável com o dobro da taxa desde 1998. Esse aumento coincidiu com a popularização dos computadores pessoais e o nascimento na década de 90 da Arquitetura Corporativa.

Além dessas informações sobre o aumento da quantidade de livros escritos, os argumentos para a adoção de Arquitetura Corporativa são convincentes uma vez que os líderes de alta gestão entenderam que uma boa gestão da informação é uma vantagem competitiva importante ou, nos casos em que a grande maioria dos sistemas de TI não conseguem atender as expectativas das empresas, seja por sua natureza fragmentada, duplicação de funcionalidades em sistemas diferentes, péssimo levantamento de requisitos, competição entre áreas dentro de uma mesma empresa ou mesmo casos em que o sistema não é responsivo o suficiente para as empresas.

CEOs de hoje sabem que a gestão eficaz e a exploração da informação (por meio de TI) são fatores chave para o sucesso de um negócio, e um meio indispensável para alcançar vantagem competitiva. A arquitetura corporativa atende a essa necessidade, fornecendo um contexto estratégico para a evolução do sistema de TI em resposta às necessidades em constante mudança do ambiente de negócios.

Uma boa Arquitetura Corporativa nos permite alcançar o equilíbrio correto entre a eficiência de TI e a inovação empresarial. Ela permite que as unidades de negócios inovem com segurança na sua busca da vantagem competitiva. Ao mesmo tempo, ela garante que a necessidade de uma estratégia integrada de TI seja atendida, proporcionando uma sinergia mais próxima em toda a empresa.

Conclusão

CIOs desejam que a Arquitetura Corporativa os ajudem a entregar uma estratégia digital que funcione. De acordo com o Gartner, 52% das respostas de uma pesquisa com Seniores e Executivos em 2013 apontou que as empresas mais atualizadas possuem uma estratégia digital. Os analistas do Gartner acreditam que as tecnologias digitais - mobile, mídias sociais, big data e data science e a internet das coisas - estão criando novas oportunidades e modelos de negócios inovadores o qual a Arquitetura Corporativa pode conduzir.

Normalmente é difícil enxergar onde um novo tipo de tecnologia ou idéia pode ser aplicada, assim como é difícil saber qual impacto a adoção dessa tecnologia ou idéia geraria para a empresa. A Arquitetura Corporativa atende a essas necessidades fazendo uma ligação entre as inovações que surgem e as novas tecnologias para a estratégia e estado futuro de uma empresa.

Sobre o Autor

Marcelo Costa (LinkedIn, Twitter) é pós-graduado em Engenharia de Software pela UNICAMP. Atua em sistemas de alta complexidade desde 2002, gerenciando equipes multidisciplinares no desenvolvimento de software nas áreas de educação, saúde e finanças. Especializa-se na coleta inteligente de informações na internet e de conteúdo eletronicamente disponível; atualmente é Growth Hacker e Engenheiro de Software na Collect-In Tecnologia. Possui experiência com Lean, Kanban, Scrum, SOA, ALM, PostgreSQL, Shell Script, Java, PHP e Python.

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